Record (Portugal)

Entre a Europa e a fuga à descida

- Rui Malheiro

A dececionan­te campanha interna, bem patente no 14.º lugar, apenas dois pontos acima da zona do playoff de descida, e na eliminação precoce da Taça, competição que venceu em 2022/23, ante o Rouen, fazem com que a aposta no catalão Carles Martínez, antigo adjunto de Philippe Montanier e com passado como treinador nas escolas do Barcelona, esteja a ser colocada em causa. A passagem sofrida ao playoff da Liga Europa, com base num triunfo caseiro diante do Liverpool (3-2) e numa dupla vitória sobre o LASK, tem servido como tábua de salvação, só que o técnico poderá não resistir ao duplo confronto diante das águias, entremeado por uma difícil deslocação ao Mónaco.

Apesar da escola do seu treinador, o Toulouse não pos- sui qualquer ADN similar ao do Bar- celona. Fiel a uma organizaçã­o estrutural em 4x2x3x1, poderá até, na Luz, abdicar de um dos extremos, para reforçar a zona central do meio-campo com Spierings, deslocando Gboho para uma das alas. O processo ofensivo dos gauleses é extremamen­te dependente de Dallinga, a sua referência ofen- siva. Tanto em ataque posicional, buscando o jogo exterior ou uma construção vertical para chegar a zonas de finaliza- ção, como a metamorfos­ear a transição ofensiva em contragolp­es veementes, momento em que são mais incisivos, con- tando também com o apoio dos extremos, ou na perscruta- ção de bolas paradas laterais, onde se junta o apoio da dupla de centrais.

O processo defensivo do Téfécé é falível, apesar de contarem com um dos guardiões mais promissore­s do futebol europeu. Muito presa a referência­s individuai­s, a equipa cede espaços em organizaçã­o, com alguma facilidade, por dentro e por fora do bloco, e mostra amplas arduidades na resposta a cruzamento­s. Os problemas alargam-se na transição defensiva, com as costas dos laterais – Suazo, principalm­ente – muito expostas, além de serem evidentes lacunas na definição da úl- tima linha e no controlo da profundida­de, o que será um convite para o Benfica, como tanto gosta, indagar situações em campo aberto, e na defesa de bolas paradas laterais, fruto da opção por uma defesa mista com clara predominân­cia pelo individual, falível na cobertura do primeiro e do segundo poste.

PRESA A REFERÊNCIA­S

INDIVIDUAI­S, A EQUIPA CEDE ESPAÇOS COM ALGUMA FACILIDADE

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Dallinga é a referência ofensiva
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