A caminho do bicampeonato
çA liderança segura no campeonato, com 8 pontos de vantagem sobre o Servette e 12 sobre o Zurique, tem permitido a Raphael Wicky, em funções desde julho de 2022, promover rotações no onze e testar mudanças estruturais desde o regresso à competição em meados de janeiro. Por isso mesmo, a sua dileção por estruturas em 4x4x2, entre o clássico e o losango, tem sido preterida em relação ao 4x3x3, que poderá ter continuidade ante o Sporting. Um jogo que poderá marcar o regresso do crucial Elia, avançado ou falso extremo, às opções, depois de ter representado o Congo na CAN, o que poderá custar o lugar a Mvuka, Colley ou Joël, as habituais opções para as alas. Equipa habituada a assumir o domínio do jogo e de se instalar com bola no meio-campo rival, a partir de uma construção apoiada desde trás, o que poderá originar recuperações em zonas médias-altas se bem definidas as zonas de pressão, privilegia as triangulações para assaltar zonas de fina- lizações a partir do jogo exterior, não abdicando de variações contundentes de corredores. Contudo, o Young Boys, como demonstrou na Champions, onde sucumbiu ante Manchester City e Leipzig, também sabe vestir um fato mais cínico. E são vene- nosos a contragolpear em cam- po aberto, estimulando a velocidade dos extremos em condução acelerada ou no assalto à profundidade. Junta-se ainda a ferocidade empregue no ataque à primeira e à segunda bola nas bolas paradas laterais, entre cantos, livres e lançamentos laterais longos a cargo do lateral Blum.
Um dos desafios que o Sporting terá, e em que poderá ser bem-sucedido, será na habitual tendência dos suíços para pressionarem de forma alta, procurando recuperações que iniciem contratransições veementes. Contudo, se os leões forem competentes a superar a pressão podem encontrar es- paços que serão dilacerantes para a transição defensiva do oponente, falível nas costas dos laterais e entre laterais e centrais, o que também origina arduidades na definição da última linha e no controlo da profundidade. O Young Boys também denota problemas em organização defensiva no controlo das entrelinhas, sobretudo ante opositores que privilegiem a posse e o jogo interior, e na proteção de cruzamentos dirigidos ao segundo poste, assim como na defesa de bolas paradas laterais, onde a opção por uma defesa mista com predominância pelo individual pode sucumbir face a ações de antecipação ao primeiro poste.
TENDÊNCIA DOS SUÍÇOS PARA PRESSIONAREM DE FORMA ALTA SERÁ UM
DESAFIO PARA O SPORTING