“O sintético não será desculpa”
Leão mudou logística, mas nunca se irá refugiar, garante o técnico, no piso do Estádio Wankdorf para abandonar o nível alto. Azares... há muitos!
O sintético do Wankdorf, estádio onde o leão disputa hoje a 1.ª mão do playoff da Liga Europa, foi assunto durante dias; é o motivo que justifica o facto de Coates ter ficado em Lisboa (assim como Paulinho); e ainda obrigou o leão a mudar rotinas (algo que Rúben Amorim não aprecia especialmente), ao realizar ontem o treino na véspera de um duelo europeu na casa do adversário. Na opinião do treinador, no entanto, nenhuma dessas alterações poderá servir de desculpa para que a sua equipa baixe o nível hoje frente ao Young Boys. A meta em Berna é vencer ou... vencer, por muito que o piso não seja a habitual relva natural.
“Tivemos um jogo há pouco tempo [Sp.Braga, domingo] e hoje [ontem] seria o único treino onde poderíamos deixar os jogadores correr, acertar pressões e ver como queremos jogar. Mas como é um piso diferente – e não é preciso fazer grande caso disso – vamos apenas perceber como é que a bola rola. Isto porque achamos que, com o trabalho de conhecimento do adversário, é preciso, apenas, que eles sintam como é jogar num sintético. À parte da estratégia e da tática, mudámos a logística toda a pensar no melhor para os jogadores”, introduziu Amorim, de 39 anos, à Sporting TV, antes de responder a Record, minutos depois, na sala de imprensa, versando sobre o mesmo tema, mas entrando no detalhe. Tendo futebolistas como Daniel Bragança, que no ano passado não somou um minuto devido a uma lesão ligamentar no joelho direito, ou mesmo Nuno Santos, que também já sofreu problema idêntico e que vai numa série de 7 jogos seguidos a fazer os 90', não será melhor protegê-los, a pensar... na Liga?
“O único [jogador] que ficou em Lisboa, e porque nós sabemos o que o impacto de um piso mais rijo lhe poderia causar, foi o Coates. Nesta altura não podemos perder ninguém .... Mas o resto, está tudo apto. Sobre o Nuno Santos, gostava que lhe dissessem que tem feito muitos jogos seguidos – tentem e vejam o que ele responde [risos]. A Unidade de Performance informou-nos de todas as condicionantes, temos de vencer o jogo e este sintético não será certamente desculpa. Vamos adaptar-nos, estamos bem preparados fisicamente… Azares acontecem em todo o lado, seja em sintéticos ou em relvados”, concluiu.
A bênção e... Koindredi
Cerebral, Amorim também recordou a grave lesão no joelho direito que um sintético – então no Bessa, ao serviço do Benfica, em agosto de 2014 – lhe causou, precipitando o fim da carreira com pouco mais de 30 anos. Só que nem isso tira o sorriso ao técnico que, para motivar os seus jogadores a irem para este campo em Berna sem amarras, lembrou aquilo que ganhou... e a verde e branco! “Se não fosse essa lesão não estaria hoje aqui como treinador do Sporting, ou seja, acaba por ser uma bênção e uma sorte ter-me lesionado tão cedo na carreira, porque comecei mais cedo como treinador. O relvado não pode nem será desculpa para nada”, reforçou, sem abrir muito o jogo sobre quem poderá lançar no onze, inclusive Koindredi, reforço contratado ao Estoril que ainda não se estreou, apesar de já ter ido a Famalicão e ter estado no banco contra U. Leiria e Sp. Braga. “É mais uma opção... Desta vez não vou dar-vos nenhum jogador [titular]. Mas sei que querem ver um bocadinho dele.”
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“COMO É UM PISO DIFERENTE – E NÃO É PRECISO FAZER GRANDE CASO DISSO – VAMOS PERCEBER SÓ COMO É QUE ROLA A BOLA”
“O ÚNICO JOGADOR QUE FICOU EM LISBOA, E PORQUE SABEMOS O IMPACTO QUE ESTE PISO LHE PODIA CAUSAR, FOI O COATES”
“NESTA ALTURA NÃO PODEMOS PERDER NINGUÉM... DE RESTO, ESTAMOS BEM PREPARADOS; AZARES HÁ EM TODO O LADO”