Record (Portugal)

Técnicos sob fogo

AO CONTRÁRIO DE CONCEIÇÃO, SCHMIDT NEM EM ALEMÃO ASSUMIRÁ RESPONSABI­LIDADES NUM DESAIRE. EM GUIMARÃES, OS PONTOS QUE O BENFICA NÃO ARRECADOU CAÍRAM DO BOLSO DO TREINADOR

- Octávio Ribeiro Jornalista RUI CALAFATE EDUARDO DÂMASO

A DEFESA [DO FC PORTO] É UM ALVO FÁCIL. É NO CENTRO DO TERRENO QUE ESTÁ O CAOS

Só Sérgio Conceição saberá o que visou quando disse que a equipa perdeu por causa dele. Deu o peito às balas, os jogadores sentiram certamente essa proteção e ficarão gratos. Mas o que poderia Sérgio Conceição ter feito? O problema, como aqui já se escreveu há cerca de dois meses, é o meio-campo.

Não há no plantel um jogador posicional que saiba ler o jogo e se posicione para cortar o mal quando cresce. A defesa é um alvo fácil para os avançados contrários e para a conversas de café. É no centro do terreno que está o caos.

Alan Varela é bom futebolist­a, mas tem demasiada sede de protagonis­mo para cumprir um papel que no Sporting cabe a Hjulmand e no Benfica deveria caber a Florentino.

Ao contrário de Conceição, Schmidt nem em alemão assumirá as suas responsabi­lidades num desaire. Em Guimarães, os pontos que o Benfica não arrecadou caíram do bolso do treinador.

O pai de todos os erros está sublinhado por dezenas de críticos, mas aqui fica, por incontorná­vel. O Benfica entrou em campo no estádio errado. Schmidt montou uma equipa para jogar num terreno seco. O receio causado pela equipa de Álvaro Pacheco tal- vez se aceite, o onze com que Schmidt resolveu incorporar esse medo foi totalmente des- ajustado. O futebol que essa equipa absurda praticou – sem uma referência na frente, para onde pudesse canalizar jogo sem afogar a bola em passes rasteiros – é uma lição sobre o que não se deve fazer num terreno encharcado.

Se Schmidt não soube ler as

últimas horas antes do jogo, jogadores experiente­s como Otamendi, Di Maria e Rafa deveriam ter dado o exemplo, com um futebol mais simples, assente em progressão pelo ar. Mas, voltamos ao pecado original, para onde poderiam os defesas e médios dirigir a bola aérea, se o Benfica condenou o seu ponta-de-lança ao banco?

Um sujeito próximo de Vieira foi ontem condenado por corrupção ativa. Três anos e quatro meses de pena suspensa castigam a provada (porém ainda não transitada em julgado) corrupção ativa que visava favorecer o Benfica. Emblema que se salvou deste processo, mas era o beneficiár­io final das ações criminosas. Estranho a inibição do exercício da atividade de empresário de futebol (apenas dois anos), menor do que a medida da pena substantiv­a. Ainda a cumprir pena, o indivíduo vai poder voltar aos negócios no futebol? Decidirá a Relação.

Morreu João Oliveira Pinto,

bom jogador e excelente ser humano. Os filhos e mulher que aqui deixa merecem todo o respeito e carinho dos que gostam de futebol. Os meus sentidos pêsames.

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