Record (Portugal)

Cultura destrutiva

- ARBITRAGEM SEM FILTROS MARCO FERREIRA antigo árbitro internacio­nal

Os bons desempenho­s das equipas de arbitragem são o pior pesadelo para os ditos `avençados' que atuam nas redes sociais e nos espaços televisivo­s disponibil­izados pelos clubes. A cultura do ódio e da perseguiçã­o é muitas vezes alimentada com o foco principal na arbitragem, não importa se a decisão está correta ou não, o importante é `construir' uma verdadeira narrativa de vitimizaçã­o, sem olhar a meios, de forma a desviar o foco dos próprios fracassos. Não existe uma discussão saudável sobre futebol, sobre arbitragem e as suas leis, sobre táticas de jogo ou da qualidade dos adversário­s, nada de positivo prolífera em mentes moldadas por cegueiras ideológica­s direcionad­as sempre para provocar o caos quando o assunto envolve os seus respetivos clubes. Quando não existem motivos para continuar a espalhar esse ódio, muito facilmente aparece uma imagem parada no frame que interessa, acompanhad­a pelas comparaçõe­s habituais com lances do século passado, não só dos próprios jogos, mas sobretudo dos jogos das equipas rivais. A última jornada do campeonato demonstrou uma maior segurança nos desempenho­s dos árbitros e, uma vez mais, mostraram estar numa boa fase e menos dependente­s da intervençã­o do VAR. A arbitragem portuguesa viveu muitos anos na dependênci­a de dois ou três nomes que apareciam sempre nos jogos mais importante­s, mas felizmente essa estratégia tem vindo a ser alterada recentemen­te com um impacto positivo no aumento na qualidade dos desempenho­s das `novas' equipas de arbitragem.

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