Empurrados pelas costas
Não há mal que não aconteça ao Porto. Depois do tão falado empate em casa contra o Rio Ave, o Porto, na primeira oportunidade de recuperar terreno ao Benfica, que acabava de empatar em Guimarães, desperdiçou mais uma vez a aproximação ao 2.º lugar.
Em Arouca, voltaram os fantasmas da primeira volta. Falta de eficácia no ataque e uma muralha defensiva feita de areia. O Porto tem de facto de ser muito superior em campo contra os seus adversários. Os penáltis que não se marcam são recorrentes para os lados do Dragão.
Desta vez, um escandaloso empurrão pelas costas dentro da área a Galeno, com cotovelo à mistura, foi considerado pelo árbitro de campo e pelo VAR como uma festinha nas costas do jogador.
Na semana passada, o Eng. Luís Gonçalves, Administrador da SAD do Porto, tinha dado uma excelente entrevista, onde recordou alguns dos lances gritantes onde o Porto tinha sido prejudicado e, em contraponto, os lances que beneficiaram os rivais. No início do ano, Vitor Baía dera também uma entrevista, onde fizera idênticos reparos.
Já em outubro passado, e após as duas derrotas com o Benfica, Pinto da Costa pediu uma reunião de urgência com o Conselho de Arbitragem e terá saído satisfeito da mesma.
Passados tantos meses, e recordadas todas estas ações, os erros em desfavor do Porto continuam. Parece que já ninguém liga às vozes desta Administração. O cheiro a fim de ciclo e a perda de poder enfraquecem as suas ações. Os próprios ainda não perceberam isto e insistem em ficar.
Conceição, após o jogo de Arouca, assumiu mais uma vez todas as responsabilidades para proteger os seus jogadores. Os adeptos brindaram de novo a equipa no final do jogo e com uma espera no Dragão, gritando de novo as novas palavras de ordem “palhaços, joguem à bola”.
Conceição tem o plantel que entendeu querer, mas, chegados aqui, percebemos que o mesmo não tem qualidade na frente de ataque e que coxeia a cada fim de semana na defesa. Mas quantas vezes eu não escrevi sobre isso nesta coluna? Enquanto os resultados apareciam e os adversários escorregavam, a crise não era notada. Agora, que todos os outros cumprem e nós não, mesmo contra adversários como o Arouca ou o Rio Ave, esta queda livre deixa-nos sozinhos num Evereste sem resgate.
Não gosto de ser pessimista, mas olhando para a frente não vejo como esperar milagres. O campeonato foi-se, resta-nos a Taça de Portugal e a difícil Liga dos Campeões.
A casa está a ruir.