CASTIGO MÁXIMO GARANTE O MÍNIMO
Dois golos de penálti e sofrimento antecedem viagem a França. Toulouse ganhou ao Liverpool...
Não foi tudo bom para o Benfica, mas também acabou por não ser assim tão mau. Uma conclusão que nos leva a uma frase de Roger Schmidt, dita antes do jogo, e que só teve correspondência em metade: “Queremos ganhar uma boa margem para a 2ª mão.” Ganhar, sim; margem apenas a mínima. E, aqui, a justificação vai para o que o Benfica podia ter feito e não fez perante um Toulouse que ainda fez menos. Resultado: 2-1.
A jogar em casa e com a necessidade de conseguir vantagem na eliminatória, as águias fizeram o primeiro remate com perigo aos 28’ por João Mário. É muito tempo, mas funcionou como uma espécie de despertador. Seguiram-se 15 minutos à Benfica, uma versão adaptada de uma frase que faz parte da gíria dos adeptos do clube da Luz. Nesse período, Rafa acertou nas malhas laterais e depois na barra; João Mário voltou a ameaçar. O intervalo acalmou o ímpeto da equipa e até das bancadas, lembrando os adeptos que estava na hora de avisar os jogadores. A primeira assobiadela mais sonora ouviu-se aos 55 minutos; a segunda pouco depois, quando Roger Schmidt trocou Carreras e João Mário por Bah e David Neres. Nem sempre os adeptos concordam com os treinadores, com o do Benfica neste caso, mesmo quando, na véspera, o alemão dissera isto: “É preciso termos muitas opções, mas tal como no domingo [diante do V. Guimarães], também é importante termos suplentes com impacto.” O impacto sentiu-se, mas nada teve a ver com as substituições – ontem, Schmidt fez apenas três das cinco e a última aos... 87’ – com o primeiro golo. Penálti convertido por Di María aos 68’; novo penálti cobrado com sucesso pelo argentino aos 90’+8. Entre estes dois momentos aconteceu outro que faz com que o Benfica viaje para França bem menos descansado. E apesar da qualidade da finalização de Desler num remate de primeira, o demérito é de quem defende. O ‘chutão’ de Aursnes para o ar foi o possível no momento, mas o comportamento dos jogadores do Benfica, que ficaram a olhar para cima e falharam o tempo de salto e ataque à bola, especialmente António Silva, transformou
Di María tem lugar cativo neste Benfica e isso nem sempre é justo. Só que os golos que tem marcado dão força à decisão de Schmidt
A exibição fica para segundo plano quando se ganha, mas não se apaga totalmente. O Benfica tem a obrigação de jogar melhor.
um lance inofensivo num golo – isto numa equipa que terminou o jogo com apenas dois remates à baliza.
A vitória, que tem tanto de justa como de sofrida, serve de alerta para o Benfica. É que este Toulouse pode estar apenas um ponto acima dos lugares de despromoção no campeonato francês, mas também é verdade que venceu o Liverpool em casa nesta Liga Europa. É lá que as águias jogam no dia 22 de fevereiro.
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