Record (Portugal)

DECISÃO DO TAD CAUSA SATISFAÇÃO

Acórdão diz que polícias, árbitros e dirigentes não ouviram insultos racistas a atletas do Ac. Viseu

- ARMANDO ALVES

çO Farense viu o Tribunal Arbitral do Desporto dar-lhe razão no recurso de uma decisão do CD da FPF que condenara os algarvios com dois jogos à porta fechada e 33.470 euros de multa, na sequência de uma denúncia de insultos racistas por parte de jogadores do Ac. Viseu, num encontro disputado a 20 de agosto de 2022, a contar para a 2ª Liga. A decisão foi conhecida menos de uma semana depois de um novo episódio de racismo no São Luís, frente ao Famalicão, desta vez com Chiquinho como vítima. “Condenaram-nos por conivência e inação perante insultos racistas, quando os mesmos só foram comunicado­s ao árbitro no final do jogo e o TAD concedeu provimento ao nosso recurso, deixando tudo muito claro”, referiu Rui Gomes, administra­dor da SAD do Farense. Segundo o acórdão do TAD , ficou factualmen­te provado que os jogadores André Clóvis, Kauã Oliveira e Famana Quizera foram alvo de insultos racistas, com expressões como “preto”, “macaco” e “vai comer bananas”, mas, assinala o documento, “não ficou provado que alguém da estrutura do demandante [Farense] os tenha ouvido ou dos mesmos tenha tomado conhecimen­to efetivo e atempado e, assim, tido oportunida­de de reagir em tempo útil”. Também é assinalado que elementos da arbitragem, delegados da Liga e agentes da PSP não se apercebera­m dos insultos. A FPF deverá recorrer para o Tribunal Central Administra­tivo do Sul. “Não recebemos qualquer indicação nesse sentido e, a acontecer, não deixará de causar estranheza que a FPF opte por sair da esfera da justiça desportiva”, assinalou Rui Gomes.

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ALGARVIOS EVITAM CASTIGO DE DOIS JOGOS À PORTA FECHADA MAS A FPF DEVERÁ RECORRER PARA TRIBUNAL ADMINISTRA­TIVO

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VÍTIMA. Clóvis foi alvo de racismo no jogo com o Farense, em 2022

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