Record (Portugal)

“É um grande orgulho”

RÚBEN AMORIM Técnico iguala Paulo Bento em Moreira de Cónegos e prolonga um legado histórico. Mas diz que ainda “está tudo para fazer”

- JOÃO SOARES RIBEIRO E VÍTOR ALMEIDA GONÇALVES

Chegou a Alvalade como um furacão, em março de 2020, depois de uma passagem não menos fulgurante pelo Sp. Braga. O primeiro impacto para o exterior foi o custo de uma aposta que se dizia arriscada, 10 milhões de euros, mas Amorim foi rápido a mudar o ângulo da questão: “E se corre bem?”

A pergunta ainda faz eco e tornou-se ainda mais desconcert­ante quando, passado pouco mais de um ano, em 2020/21, o ainda jovem e inexperien­te técnico conquistou o título de campeão nacional, que escapava ao Sporting desde 2001/02. O resto... bem, o resto é história, e ela continua a ser contada, à medida que o tempo passa.

Esta segunda-feira, quando entrar em campo em Moreira de Cónegos e cumprir ‘aquele’ ritual de abrir uma garrafa de água, Rúben Amorim, de 39 anos, estará a fazer o seu jogo número 194 (consecutiv­o!) no banco do Sporting, ascendendo ao segundo lugar da lista de treinadore­s com mais partidas pelo clube de Alvalade.

Para já, iguala Paulo Bento, alguém que, curiosamen­te, tem grande significad­o no seu trajeto no futebol; e depois terá pela fente Joseph Szabo, nos seus (cada vez menos) inalcançáv­eis 327 jogos. O caminho ainda é longo (133 desafios) mas a vontade de ficar em Alvalade, dependente também da ambição de conquistar (mais) títulos, pode encurtar distâncias. Até 2026?

Alegrias, tristezas e futuro

Em declaraçõe­s exclusivas a Record, no regresso de Berna, onde o Sporting bateu o Young Boys, Rúben Amorim não esconde o orgulho pela marca alcançada, mas não baixa a fasquia, pelo contrário. “Primeiro que tudo, ser o segundo treinador com mais jogos é um grande orgulho, ainda para mais num clube com a história do Sporting, com os treinadore­s que teve. Fico muito orgulhoso de chegar a este número de jogos”, admite Amorim, ao nosso jornal, antes de responder ao que fica destes 4 anos no Sporting e ao que lhe falta ainda fazer. “O que fica destes 4 anos são algumas alegrias, também algu- ma frustração e tristeza pelos objetivos que não conquistám­os. Mas, acima de tudo, como equipa técnica e como treinador, demos o máximo, sempre, desde o primeiro dia. Acho que ajudámos o clube a crescer nestes 4 anos e estamos hoje num patamar dife

“ACHO QUE AJUDÁMOS O CLUBE A CRESCER NESTES 4 ANOS E ESTAMOS HOJE NUM PATAMAR DIFERENTE”, DIZ-NOS RÚBEN

rente”, sublinha. E prossegue: “O que falta fazer no Sporting é tudo. Porque quando treinamos um clube grande, tudo o que fizemos no passado já não conta e temos sempre tudo para fazer. Portanto, diria que o que falta fazer é tudo. E acho que essa é a ideia que temos de ter enquanto treinador de um clube como o Sporting”, sublinha.

Um exemplo especial

Atingir o mesmo degrau de Paulo Bento na história do Sporting é, para Amorim, um momento especial. “Eu já o disse muitas vezes: foi um treinador muito importante para mim enquanto jogador de futebol, principalm­ente numa fase difícil da minha carreira. É um orgulho muito grande estar mais uma vez ligado a alguém como o míster Paulo Bento, pessoa com a qual eu me identifico muito, na forma de liderança. Temos feitios diferentes, obviamente, mas identifico-me em muita coisa com ele. É uma pessoa que eu vou admirar sempre, porque já conheço há muitos anos. A sorte que desejo para mim é a mesma que desejo ao míster Paulo Bento”, conclui.

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MÍSTER. Amorim estreou-se no banco do Sporting a 8 de março de 2020, em Alvalade; em 2020/21, ergueu o troféu de campeão; e continua à espreita de mais títulos

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