Record (Portugal)

“AGRADEÇO MUITO A OPORTUNIDA­DE QUE MOURINHO ME DEU”

Filho de Gil, campeão do Mundo de sub-20 por Portugal, nasceu em Inglaterra, daí o português com sotaque ‘british’. Formado no Man. United, o médio de 23 anos recorda os red devils e está feliz no Lille pelo qual vai fazer o jogo 100

- RAFAEL GODINHO

Fez a formação no Man. Unites e estreou-se com 16 anos, lançado por Mourinho. Que recordaçõe­s guarda?

AG – Ainda era um miúdo, tinha 16 anos e estava ao pé dos grandes. Tinha o Carrick, o Rooney, o Zlatan e o Pogba. Para mim, a experiênci­a de treinar e fazer a estreia com a primeira equipa foi incrível. Agradeço muito a oportunida­de que Mourinho me deu. Foi um sonho. Desde os 6 anos que estava no clube.

Ⓡ Como é o Mourinho?

AG – Toda a gente o conhece, mas cara a cara é completame­nte diferente. Percebe muito de futebol e quer sempre ganhar. Quando se chega à primeira equipa com 16 anos não tens noção da seriedade. É ganhar, ganhar, ganhar! Quando se joga no United tens de ganhar sempre. Deu para perceber porque ganhou tantos troféus.

Ⓡ Ruma depois ao Lille e é cedido ao Boavista. Como foi a experiênci­a no futebol português?

AG –Foi top! Estive com o Vasco Seabra e com o Jesualdo Ferreira e aprendi muito com eles. Deu para desfrutar do meu futebol, mostrar aquilo que posso fazer, gostei muito da Liga. Saí de Inglaterra e acabei em Portugal,

“FOI DIFÍCIL DEIXAR O UNITED, MAS ESTOU A JOGAR. ESTE FIM DE SEMANA POSSO CHEGAR AOS 100 JOGOS PELO LILLE”

mas foi um passo muito importante para mim. O staff e os jogadores ajudaram-me muito.

Ⓡ O Bruno Fernandes ajudou-o quando veio para o Boavista?

AG –Sim, ele esteve no Boavista quando era miúdo e conhece bem a cidade do Porto. Ele assistia aos jogos do Boavista e mandava-me mensagens quando eu marcava um golo. O Bruno foi top para mim. Indicou-me apartament­os e dava-me dicas sobre a melhor zona para viver.

Ⓡ Tem pena de não ter ficado no Man. United?

AG – Não. É um clube grande, é um sonho de todas as crianças que crescem a jogar futebol em Inglaterra. Cumpri o meu sonho, mas chegou um tempo em que vi que era melhor para mim sair e melhorar. Foi difícil mas agora estou a jogar. Este fim de semana posso chegar aos 100 jogos pelo Lille. Fico contente por isso.

Ⓡ Os portuguese­s ajudaram-no à adaptação?

AG – Quando eu cheguei havia muitos portuguese­s. Com quem me dei melhor foi com o José Fonte porque ele jogou em Inglaterra, tem lá casa e tem uma forte ligação a Inglaterra. Como pessoa, jogador e capitão foi top!

Ⓡ Como está a correr a época?

AG – Está a correr bem. Começámos bem e sabemos que podemos fazer ainda melhor.

Ⓡ O Cristiano Ronaldo disse que a liga saudita é melhor que a Ligue 1. O que acha disso?

AG - Não sei, nunca joguei na liga saudita [risos]. É a opinião dele. A Ligue 1 é um campeonato muito difícil, com muitas estrelas e vários jogadores jovens que darão o passo para a Premier League ou La Liga. Se olharmos para a Premier League, vemos que há muitos jogadores que passaram pela Ligue 1. É um campeonato forte, físico, rápido e cheio de transições. A Ligue 1 devia ter mais visibilida­de porque daqui saem muitas estrelas.

Ⓡ Mbappé vai sair do PSG no final da época. A Ligue 1 pode perder visibilida­de?

AG - Claro, perde um pouco de valor porque ele é um dos melhores jogadores do Mundo. As coisas que ele faz são incríveis. A Ligue 1 perde algum valor, mas ainda há alguns jogadores de alto nível que podem ajudar.

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ANGEL GOMES

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