O rei Grimaldo no xadrez de Xabi
Quando, a 15 de maio de 2023, Álex Grimaldo anunciou a decisão de deixar o Benfica para rumar ao Bayer Leverkusen a custo zero, muitos foram os que questionaram a opção do lateral-esquerdo, por entenderem que este não seria um passo em frente na carreira e que, olhando ao histórico recente de presenças na Liga dos Campeões, seria mais lógica a permanência na Luz.
No entanto, o tempo veio provar que o risco - se existisse algum – foi plenamente calculado e que o projeto era realmente interessante para o jogador espanhol. Simultaneamente, o negócio foi de sonho para o Bayer Leverkusen, que não teve de entrar em loucuras para captar a peça que faltava ao xadrez de Xabi, a mais importante, talvez, se tivermos em conta o rendimento até então apresentado.
O casamento foi, logo à partida, perfeito. Nos primeiros seis encontros, Grimaldo assinou um golo e duas assistências, mostrando de pronto ao que vinha. A atuar num papel teoricamente daquele que cumpria no Benfica, onde era lateral ao invés da função de ala que executa no Bayer, o espanhol floresceu e, com o avançar do tempo, mostrou todas as qualidades que levaram os alemães a avançarem para a sua contratação.
Sete meses volvidos da estreia, Grimaldo conta já uns impressionantes 10 golos – um máximo de carreira – e umas não menos impactantes 11 assistências, nove delas na Bundesliga, o segundo registo mais alto da prova. Contratado a custo zero, o lateral internacional por Espanha tem provado que foi um tiro acertado da estrutura dos farmacêuticos e justificado o investimento que foi feito para o resgatar do Benfica. Se, em maio, o Bayer Leverkusen tiver razões para sorrir e deitar, efetivamente, mãos ao inédito título da Bundesliga, Grimaldo irá ficar na história como um dos grandes obreiros do feito.