Record (Portugal)

“O que Pepe continua a fazer é admirável”

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çO Gilberto defrontou o FC Porto em 2006, pelo Arsenal, na fase de grupos da Champions. Lembra-se desses dois jogos?

GS – Sim. Lembro-me que não foi nada fácil jogar frente ao FC Porto. Como era normal, tinha sempre grandes equipas na Champions e nessa época não foi diferente. As duas equipas apuraram-se para a fase seguinte e houve um facto curioso. O Jesualdo Ferreira, que era o treinador, no início do jogo aqui, chamou-me e disse ‘vamos tranquilos, pede aos teus jogadores para estarem mais tranquilos, porque o empate favorece os dois’, e eu disse ‘ok’, mas desconfiad­o… Ainda não estavam decorridos 5 minutos e eles quase nos marcaram um golo e eu olhei para ele e perguntei ‘então, era assim que você queria?...’ Ele virou a cara para o lado e fingiu que nada tinha acontecido. (risos) Foram dois grandes jogos. O FC Porto tem um histórico de criar muitas dificuldad­es nesta competição, até pela qualidade da sua equipa.

+Agora, quando olhar para dentro do campo verá novamente Pepe, um jogador que defrontou em 2006... Como vê a longevidad­e do central?

GS – Será muito interessan­te, lamentando não poder estar eu a jogar também… (risos) É muito bom ver um profission­al como o Pepe, depois de tantos anos, reviver as memórias daquele jogo e poder ter essa oportunida­de de ainda estar a jogar. É um grande profission­al, um jogador que tem uma história no clube e na seleção portuguesa, é admirável tudo o que fez e continua a fazer, com qualidade e muito trabalho, por tudo aquilo que representa não apenas para o futebol português, mas para o futebol em si. Fico feliz por ver a história que construiu e agora, num outro patamar da vida, poder ainda contribuir para a equipa do FC Porto. Ⓡ Tornou-se numa referência...

GS – É uma grande referência para os mais jovens e para os mais experiente­s, porque é muito difícil você chegar quase aos 41 anos e continuar a jogar num nível alto, numa equipa como o FC Porto. Você só consegue isso com muito profission­alismo. Como dizemos no Brasil, ainda tem muita lenha para queimar...

O Gilberto fixou-se no Porto já há algum tempo. O que o levou a tomar essa decisão?

GS – Vim para desenvolve­r um projeto do qual já não faço parte e agora estou focado noutro, além de ainda manter contacto com o futebol, como embaixador do Arsenal, da FIFA e trabalhand­o com alguns jovens atletas, ajudando na gestão da sua carreira. Tenho um novo projeto, que é uma plataforma digital dirigida aos fãs de futebol, com moderação de abusos, chamada Striver. Fiz o lançamento recentemen­te, juntamente com o Roberto Carlos, para que as pessoas falem de futebol, se divirtam, tenham a oportunida­de de conversar com as pessoas, às vezes com o próprio ídolo, mas ao mesmo tempo estar num ambiente seguro, onde se possa conversar onde não haja abusos online. Estou super empolgado, é um novo desafio na minha carreira, mas ao mesmo tempo com muito prazer. A cidade do Porto é um belíssimo lugar para estar, fui muito bem recebido pelas pessoas, pela cidade, gosto de estar aqui.

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“JESUALDO TINHA DITO QUE O EMPATE FAVORECIA OS DOIS... E AOS 5 MINUTOS QUASE QUE JÁ NOS MARCAVAM UM GOLO”

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NA RAÇA. Gilberto disputa a bola com Anderson, num confronto de 2006/07

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