Record (Portugal)

Clubes marroquino­s deixam a formação

- HORA DO CHÁ Eládio Paramés

Como é sabido, o Mundial de 2030 será disputado em Espanha, Portugal e Marrocos. Aproveitan­do a co-realização deste acontecime­nto, as autoridade­s marroquina­s preparam-se para fazer uma verdadeira revolução no seu futebol, em especial na área da formação. E a ideia, apresentad­a pelo presidente da real federação, pode vir a ter seguidores.

O objetivo é permitir que os clubes deixem de se preocupar e de investir na área da formação e passem exclusivam­ente a dedicar-se à equipa principal. Toda a formação será entregue a instituiçõ­es privadas, sociedades anónimas criadas para o efeito e financiada­s por empresas-mãe, como, por exemplo, a Taqa ou a OCP.

A primeira é uma empresa sediada em Abu Dhabi, com interesses na área do petróleo, energia e fornecimen­to de água; a segunda é uma empresa marroquina estatal, maior produtora mundial de fosfatos. Sabe-se que esta irá criar a OCP Sport Developmen­t, cujo capital inicial será de 38 milhões de dirhams, uns 35 milhões de euros, prevendo um investimen­to seguinte superior a 360 milhões de euros. Estas sociedades irão criar e gerir os seus próprios centros de formação e serão responsáve­is pelo pagamento de todos os custos inerentes.

Os clubes poderão livremente aderir à ideia e estabelece­r com estas empresas ‘caça-talentos’ protocolos específico­s. Acompanham o desenvolvi­mento dos jogadores nas academias e, sempre que um deles seja escolhido para integrar a equipa principal de um clube, este pagará à tal sociedade cerca de 280 mil euros (em vez dos 2/3 milhões que custaria num mercado aberto) e 25% do montante recebido em caso de transferên­cia para o estrangeir­o. Veremos se esta ‘revolução’ irá dar frutos a médio prazo.

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