BATALHA DOS ARCOS PREOCUPA
Rúben Amorim deixou alerta para a chuva e ventos intensos e... tem razão. IPMA avisa que está a caminho “uma frente fria” e antevê “um grande desafio para os jogadores”
Sem tempo para respirar depois da receção ao Young Boys, o Sporting deu ontem o pontapé de saída na preparação para o embate de amanhã em Vila do Conde, por si só complicado dado o bom momento de forma do Rio Ave em sua casa – não perde há seis jogos consecutivos – ou a curta janela temporal para definir a estratégia. Tudo isto... e mais um adversário: as difíceis condições meteorológicas que as equipas vão enfrentar, aspecto para o qual Rúben Amorim lançou desde logo o alerta após o empate com os suíços. “Vai ser muito difícil. Tudo vai entrar em jogo. Pela previsão [do tempo], vai ser complicado para nós, mas também para o Rio Ave, que é uma equipa de posse”, sublinhou, particularizando a influência que o vento pode ter durante o jogo. “Se tiver muita influência, teremos de jogar um tipo de futebol diferente. Mas estaremos preparados. Temos equipa para nos adaptarmos a essas caraterísticas, esteja o relvado como estiver. Temos é que vencer o Rio Ave”, sublinhou. Na sequência das declarações do treinador do Sporting, Record procurou perceber se as preocupações têm razão de ser, até pelo alerta vermelho em vigor na região do Porto, decorrente da Depressão Louis. E logo chegou à conclusão que, de facto, é expectável que as condições estejam adversas às 20h30 de amanhã, quando for dado o pontapé de saída. Mas até... podia ser pior. Com efeito, a meteorologista Ângela Lourenço, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), avisa que está a caminho de Portugal Continental “uma nova superfície frontal fria”, que pode impactar o jogo. “Vamos ter uma frente que irá atravessar o território durante o dia de domingo, com muita precipitação e muito vento. Para as regiões do Norte e do Centro, a precipitação terá valores acumulados significativos”, frisou em declarações ao nosso jornal, admitindo que o facto de o jogo ter lugar à noite pode funcionar a favor dos clubes: “A hora a que a superfície frontal fria passar será determinante. Ao dia de hoje [ontem], está previsto que passe na região Norte, em particular em Vila do Conde, entre as 17 horas e as 20 horas”.
FC Porto também em alerta
Quer isto dizer que Rio Ave e Sporting podem vir a ter melhor sorte do que Vizela e Estoril (jogam às 15h30) ou Gil Vicente e Porto (jogam às 18 horas). Porém, tudo dependerá da reação do relvado do Estádio dos Arcos à acumulação de água nas horas que antecedem a partida. “O grande problema é que vai chover muito durante a tarde. Todos os jogos entre as 15 e as 17 horas vão ser jogados debaixo de chuva intensa. Quando a frente passar, é provável que se verifique uma situação de chuva intermitente, ou seja um cenário parecido com o de hoje [ontem] em Lisboa. Por isso, o jogo do Sporting poderá ser mais tranquilo, ainda que o estado do relvado possa ser um problema”, reforçou.
Bola vai sofrer com “rajadas”
Mesmo que a precipitação dê tréguas, Amorim tem razão ao particularizar a ação do vento, aspecto que a responsável do IPMA reconhece que “pode tornar-se num grande desafio para os jogadores”. “A direção é pouco relevante, já que a forma como sopra no interior das cidades é muito variável, mas será predominante de Norte a Noroeste. Por isso, pode ter interferência na direção da bola”, prevê, salientando que a proximidade do estádio ao mar pode provocar “mais rajadas” – o IPMA aponta a “ventos muito fortes”, superiores a 30 nós. Sublinhe-se que ao dia de ontem “a situação para emitir aviso meteorológico” para os próximos dias estava, ainda, a ser “equacionada” pelo IPMA e as previsões são, como o próprio nome indica, conjeturas que podem variar nas próximas horas. “Há uma janela de erro que pode ir até 3 horas, logo a superfície frontal fria pode passar mais cedo ou mais tarde”, avisou.
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“SERÁ COMPLICADO. SE O VENTO TIVER MUITA INFLUÊNCIA TEREMOS DE JOGAR UM FUTEBOL DIFERENTE”, ADMITE O TÉCNICO