DOIS PONTOS A VOAR EM VENDAVAL DE ERROS
Jogo emocionante, com muitos golos e alternância no marcador, acabou com um empate aceitável
Um jogo emocionante, exigente em termos físicos e mentais, com alternâncias no marcador, muito condicionado por erros individuais que estiveram na origem de alguns dos seis golos registados, valeu ao Sporting um empate comprometedor na deslocação a Vila do Conde. Os leões nunca estiveram tranquilos no duelo, ainda que fossem dominadores na maior parte do tempo. A equipa comandou as operações durante mais tempo, teve mais bola e iniciativa, mas não conseguiu levar a cabo o futebol habitual, sendo obrigada a fazer prevalecer o jogo longo em detrimento do futebol mais associado de progressão apoiada. Valeu a presença de Gyökeres na frente ofensiva, capaz de dar seguimento a todas as solicitações longas. A dinâmica do sueco, a sua técnica, força e disponibilidade têm o condão de dar malícia a solicitações mais imprecisas, razão pela qual imperou sempre a sensação de perigo para o último reduto contrário. Honra aos defesas vila-condenses, que foram capazes de travar a avalanche atacante contrária, impondo equilíbrio territorial que, feito o balanço da hora e meia, explica o resultado. O Sporting entrou adormecido em Vila do Conde e sofreu um prematuro golpe em forma de golo. Recuperou animicamente, empatou e só então começou a jogar. A equipa pegou nos cordelinhos do jogo, tornou-se o sujeito da ação e foi apertando o cerco, impondo o ritmo e a forma de estar que mais lhe convinha. Apesar do sinal mais e de algumas situações de apuro para a baliza de Jhonatan, o Rio Ave mostrou que tinha a situação sob controlo. Não se rendeu à evidência e construiu duas grandes ocasiões para o 2-1 – Embaló (31’) desperdiçou ocasião de ouro e Fábio Ronaldo atirou ao poste (36’).
Para a segunda parte, o Rio Ave entrou mais sereno, disponível e assertivo no comportamento, no que foi anúncio público de que não estava satisfeito com o empate. Enquanto isso, o futebol leonino revelava dificuldades de progressão. A equipa não conseguiu desenvolver o ataque organizado habitual e acabou por viciar-se no jogo mais direto, logo mais impreciso, sempre em busca da resposta generosa do seu avançado sueco. Foi então que o sempre inseguro
Adán cometeu penálti infantil, que deixou a formação de Luís Freire outra vez à frente do marcador. Os leões ainda tiveram tempo e disponibilidade para alcançarem o empate, recorrendo a um expediente conhecido: Coates, a funcionar como ponta-de-lança, marcou de cabeça, com mais de um quarto de hora para jogar. Nada a fazer. Para o Sporting, voaram dois pontos num vendaval de golos, mas também de erros. Das três equipas.
*