DESPORTO APANHADO EM FORA DE JOGO
Fique a conhecer as principais medidas dos partidos que vão a votos sobre o setor que esteve praticamente ausente do debate público
Mais de 10 milhões de pessoas estão convocados para ir a jogo no próximo dia 10 de março, para elegerem os deputados para a Assembleia da República e de onde resultará a composição do novo governo. Contudo, houve um tema nestas eleições legislativas que passou praticamente ao lado da discussão pública: o desporto. Face a essa ausência, Record foi procurar perceber o que os principais partidos defendem nos respetivos programas eleitorais para este setor que tanto apaixona e une os portugueses, sobretudo na hora das grandes conquistas, mas que foi apanhado fora de jogo nos debates.
Começando pelo Partido Socialista, que ambiciona manter-se como primeira força política do parlamento, dedica a sua reflexão para o setor no documento intitulado “Desporto e Atividade Física em Portugal: Rumo ao Sucesso”. O partido liderado por Pedro Nuno Santos defende uma “projeção internacional do desporto português” como objetivo estratégico para o crescimento do setor, querendo associar o impacto desportivo com o aumento da imagem e prestígio de Portugal no Mundo, potenciando a realização de grandes eventos desportivos em solo nacional. O PS quer manter o investimento em todos os níveis do desempenho desportivo e expandir as Unidades de Apoio ao Alto Rendimento na Escola (UAARE), apontando a uma estratégica: posicionar Portugal entre os 15 países mais ativos da União Europeia até o final da década. Como? Para além de rever a Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto e definir um plano estratégico plurianual para o desenvolvimento desportivo, o PS promete estabelecer o Observatório do Desporto e Atividade Física para orientar as políticas públicas, e criar um novo estatuto para dirigentes desportivos voluntários para incentivar mais cidadãos a assumir funções de liderança nos clubes locais.
Já a Aliança Democrática, presidida por Luís Montenegro, apresenta o “Desporto e atividade física: um novo rumo”, onde defende uma mudança de políticas, perante a “ausência de uma política pública para o desporto nacional”. “Os indicadores revelam níveis insuficientes de prática de atividade física e desportiva na população portuguesa, somados a questões de literacia motora e desportiva. Torna-se imperativo elevar substancialmente a prática desportiva desde a infância até o ensino superior”, reclama a AD, que pretende implementar um programa de investimento sólido e criterioso. No programa existem sobretudo medidas formais, como atualizar a legislação e organizar a estrutura administrativa do desporto ou alinhar o investimento no setor com padrões da União Europeia.
Quanto ao Chega de André Ventura, que é o partido que utiliza mais vezes a palavra “desporto” no programa [ver infografia do resultado desta contabilidade ao lado], defende medidas de combate à corrupção desportiva e pretende acabar com modalidades categorizadas entres sexos biológicos que aceitem atletas transgéneros. O Chega promete ainda aumentar de forma estruturada o financiamento do Programa Olímpico e Paralímpico, e de reduzir o IVA na venda de bilhetes para o desporto federado.
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AUMENTO DO INVESTIMENTO, MELHORAR INFRAESTRUTURAS E QUALIDADE DE TREINO SÃO ALGUMAS DAS MEDIDAS