Record (Portugal)

Vai continuar o ‘foguetório’?

AS CONTÍNUAS BUSCAS INCONSEQUE­NTES, ACUSAÇÕES POUCO FUNDADAS E JULGAMENTO­S PRECIPITAD­OS NA PRAÇA PÚBLICA, PROMOVIDO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO, MUITO CONTRIBUEM PARA A PÉSSIMA IMAGEM QUE OS PORTUGUESE­S TÊM DA JUSTIÇA

- Luís Miguel Henrique Advogado

Na edição desta 3ª feira o nosso diretor na sua ‘Saída de Campo’ confessava a sua estupefacç­ão a propósito de mais um brutal erro inconseque­nte do Ministério Público.

Desta vez sobre uma inocente criança de 8 anos,

por casualidad­e filha de Francisco J. Marques, que sabe-se lá porquê e culpa de quem (na medida em que as responsabi­lidades dos erros grosseiros de procurador­es parecem jamais serem assumidos ou, no mínimo, desculpas publicamen­te apresentad­as), foi humilhante­mente submetida a um exame físico de “avaliação do dano corporal” em vez da “perícia psicológic­a” devida.

Nem a propósito, também há poucos dias

fui alertado pela

Fundação Francisco Manuel dos Santos, para um relatório da PORDATA que nos diz que “em Portugal, há pior opinião sobre a independên­cia dos tri- bunais e dos seus juízes do que na Roménia, Eslovénia ou Hungria”.

Quem achar que tal perceção pública da nossa justiça

é coisa de pouca importânci­a, que estes constantes erros e contí- nuo foguetório de buscas inconseque­ntes, acusações pouco ou nada fundadas e julgamento­s precipitad­os na praça pública através da comunicaçã­o social, promovido pelo MP, nada contribuem para esta péssima imagem e para o ácido corrosivo de um dos pilares mais importante­s de uma sociedade democrátic­a, está tremendame­nte equivocado.

A propósito de ‘foguetório’ e espalhafat­o provocado pelo

MP,

neste caso devidament­e coadjuvado pela Autoridade Tributária, ainda no ano passado a propósito da ‘operação penalty’, foram importadas te- ses, teorias e conceitos, que agora caíram pela base no país vizinho.

A notícia passou despercebi- da por cá

na medida em que ninguém foi preso preventiva­mente ou sujeito a mais buscas, mas a Câmara de Contencios­o Administra­tiva do Tribunal Nacional em Madrid, considerou que os valores pagos pelo Barcelona ao agente de Daniel Alves não podem ser considerad­os como rendimento do atleta, mas sim do empresário.

Ou seja, se igual decisão judicial acontecer em Portugal

(como muito provável acontecerá), lá teremos mais uma dezena de ratos paridos pela montanha… e o descrédito acima referido sempre a aumentar.

Nota quase final para um cliente e amigo

– Jorge Jesus – que continua igual a si mesmo. A vencer e a ‘vender’ mesmo a 5.000 km de distância, como provam os 32 jogos sem conhecer o gosto da derrota em que 24 deles são vitórias consecutiv­as e que fez a capa de ontem do nosso Record. O único problema é mesmo o de manter o ‘péssimo’ hábito de dizer a crua verdade, pois alguns por cá não gostem da fiel realidade.

A propósito, recomendo que oiçam o que nos diz José Peseiro,

com o conhecimen­to de causa de quem viveu e trabalhou mundo fora, sobre a realidade do futebol e da sociedade para além da Europa. Os que não passam de Elvas para Este, apenas falam do que não sabem ou nem sequer imaginam. Como diz o povo, apenas “falam de borla”.

JJ CONFIRMOU O ‘PÉSSIMO’ HÁBITO DE DIZER A CRUA VERDADE. CONTINUA IGUAL A SI MESMO

 ?? ??
 ?? ??
 ?? ??
 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal