Erros premeditados
Direto ao assunto e sem panos quentes: o trabalho do árbitro e do vídeo-árbitro no Rio Ave-Sporting não esteve à altura daquilo que se deseja. Foi um jogo exigente e com muitos lances de difícil avaliação, maior parte deles bem decididos, mas dois erros importantes prejudicaram o Sporting e tiveram um claro impacto na definição do resultado. Nunca saberemos verdadeiramente qual seria o resultado final deste jogo se a falta sobre Pote tivesse sido justificação para anular o primeiro golo e/ou se tivesse sido assinalado penálti por falta sobre o Trincão. O que sabemos é que, agora, o foco da perda de pontos e da liderança do campeonato está na discussão em torno dessas decisões de arbitragem. A qualidade de jogo do Rio Ave ou os erros individuais de alguns jogadores do Sporting já foram esquecidos. Só o árbitro e o vídeo-árbitro são os culpados. Digo muitas vezes que os árbitros estão habituados a ser usados como bodes expiatórios para o insucesso das equipas. Muitas vezes são-no de forma injusta, outras por culpa própria e, portanto, de forma justificada. Faz parte do futebol. O que não deve fazer parte do futebol é a dúvida sobre a seriedade dos profissionais que nele participam. Não quero acreditar que Adán cometeu os erros que cometeu de forma premeditada. Não quero acreditar que André Narciso cometeu os erros que cometeu de forma premeditada. Não posso, nem eu nem ninguém com responsabilidades, enveredar por um discurso que alimente tais suspeitas. Não é correto. Não é ético. Não é a bem do futebol.