Record (Portugal)

Erros premeditad­os

- ARBITRAGEM SEM FILTROS JORGE FAUSTINO ex-árbitro

Direto ao assunto e sem panos quentes: o trabalho do árbitro e do vídeo-árbitro no Rio Ave-Sporting não esteve à altura daquilo que se deseja. Foi um jogo exigente e com muitos lances de difícil avaliação, maior parte deles bem decididos, mas dois erros importante­s prejudicar­am o Sporting e tiveram um claro impacto na definição do resultado. Nunca saberemos verdadeira­mente qual seria o resultado final deste jogo se a falta sobre Pote tivesse sido justificaç­ão para anular o primeiro golo e/ou se tivesse sido assinalado penálti por falta sobre o Trincão. O que sabemos é que, agora, o foco da perda de pontos e da liderança do campeonato está na discussão em torno dessas decisões de arbitragem. A qualidade de jogo do Rio Ave ou os erros individuai­s de alguns jogadores do Sporting já foram esquecidos. Só o árbitro e o vídeo-árbitro são os culpados. Digo muitas vezes que os árbitros estão habituados a ser usados como bodes expiatório­s para o insucesso das equipas. Muitas vezes são-no de forma injusta, outras por culpa própria e, portanto, de forma justificad­a. Faz parte do futebol. O que não deve fazer parte do futebol é a dúvida sobre a seriedade dos profission­ais que nele participam. Não quero acreditar que Adán cometeu os erros que cometeu de forma premeditad­a. Não quero acreditar que André Narciso cometeu os erros que cometeu de forma premeditad­a. Não posso, nem eu nem ninguém com responsabi­lidades, enveredar por um discurso que alimente tais suspeitas. Não é correto. Não é ético. Não é a bem do futebol.

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