Record (Portugal)

A toalha e o chão

- Nuno Encarnação Gestor

A onze jornadas do final do campeonato, os adeptos Portistas jamais imaginaria­m encontrare­m-se na situação em que estão.

Depois da noite épica da passada semana, onde colocámos o Arsenal num bolso, os fantasmas internos voltaram e os maus resultados do mês de fevereiro delapidara­m a ambição do título. Neste fevereiro negro, o Porto perdeu 7 pontos em 12 possíveis. Contra quem? Rio Ave, Arouca e Gil Vicente.

O nosso ataque tem 38 golos apontados (os mesmos do Arouca), menos 18 que o Benfica e menos 23 que o Sporting. A avaliação é dantesca.

Por mais justificaç­ões que tentemos produzir, por mais razões que apontemos a alguns erros graves dos senhores do apito, por mais treinos que Conceição ministre com ou sem bola, a conclusão é simples: os nossos avançados não têm a qualidade de finalizaçã­o dos nossos rivais.

Numa altura em que o Porto precisa da Champions para fazer face às crescentes e permanente­s dificuldad­es financeira­s, ficar arredado desta competição na próxima época significa uma perda de receita mínima próxima dos 70M€. Sabemos, no entanto, que, no final de 2024/25, só por participar­mos no novo mundial de clubes conseguire­mos um encaixe de pelo menos 30M€.

Quando não existem receitas

da Champions, uma coisa é certa: as mesmas terão de ser compensada­s pela via das vendas dos passes de jogadores, em conjugação pela redução dos custos fixos.

A mitigação de tal descalabro

financeiro será, porventura, alcançarmo­s os quartos da Liga dos Campeões ainda este ano, obtendo assim mais 10,6M€, e rezar por uma chegada às meias finais da competição, que trariam mais 12,5M€ de receita adicional.

O problema é sério e grave. O futuro Presidente do Porto tomará posse em meados de maio com este problema para resolver. Será muito difícil não vender no final da época dois destes três jogadores: Diogo Costa, Pêpe ou Galeno.

Até final desta temporada,o

Porto ainda terá de pagar os 10M€ pelo passe de Francisco Conceição (que deve estar prestes a ser acionado com as suas utilizaçõe­s) e, no final da época, acomodar no plantel Carmo e Navarro, que regressarã­o dos respetivos empréstimo­s, sendo que Veron é expectável que só regresse no final do ano.

Reforçar uma equipa de pantanas como a nossa terá custos exorbitant­es na próxima época.

Não sou de atirar a toalha ao chão, mas nesta altura parece não haver ninguém no balneário que se curve para a apanhar do chão.

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