Record (Portugal)

BENFICA SEM RAZÃO

Antigo árbitro espanhol não tem dúvidas sobre lance que deu que falar no último dérbi lisboeta

- VÍTOR ALMEIDA GONÇALVES

Não há dérbi sem polémicas e o último deixou em aberto vários lances para análise e debate. O espanhol Iturralde González, um dos especialis­tas de arbitragem de Record, concorda com as principais decisões de Fábio Veríssimo e do VAR, Fábio Melo, nomeadamen­te no golo anulado a Di María (71 minutos).

“O fora de jogo é assinalado por interferên­cia visual e não física. Nos casos de interferên­cia física é muito mais fácil avaliar. Nesta situação, ele [Tengstedt] cria impacto visual. Porquê? Porque quando Di María remata, Tengstedt está em fora de jogo [43 centímetro­s] e na trajetória da bola para a baliza; está à entrada da pequena área, a curta distância do guarda-redes, e ainda por cima tem de movimentar-se para que a bola não lhe toque. O golo tem de ser anulado, mas é uma questão de critério de arbitragem”, avalia. Apesar de concordar com esta decisão, Iturralde sustenta que o argentino deveria ter visto um primeiro cartão amarelo por entrada sobre Matheus Reis (40’). “Não quis disputar a bola. Ele [Di María] atinge o adversário por cima do joelho. Portanto, sem nenhuma possibilid­ade de jogar a bola. É uma clara atitude de frustração. Portanto, seria um evidente cartão amarelo”, explica o especialis­ta.

Outros lances merecem um olhar atento do antigo árbitro. Logo aos 8’, por exemplo, os sportingui­stas ficaram a pedir penálti por alegada falta de João Neves sobre Pote. Mas Iturralde considera não haver motivo para protestos. “Não há nada. Há um contacto mas é o jogador do Sporting (Pote) que mete o corpo e fica à espera do mesmo. Quando acontece o contacto do jogador do Benfica (João Neves), Pote deixa-se cair ao relvado. É o jogador que pede penálti que tenta provocar esse penálti; é ele que quer ganhar o penálti. Há contacto, sim, mas não para apitar penálti”, avalia.

Já ao cair do pano (90’+3), Nuno Santos ainda celebrou, mas o golo foi anulado pelo assistente de Fábio Veríssimo. A bola chega a Nuno Santos após disputa de bola de Arthur Cabral com Paulinho, que estava em posição irregular no momento do cruzamento (adiantado 57 cm). “É fora de jogo claro. As linhas estão lá, há que acreditar nelas. Não que seja uma questão de fé, mas são as linhas e são iguais para todos. Mas neste caso nem sequer é um fora de jogo dúbio. É um fora de jogo muito claro”, analisa ainda Iturralde González.

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“TENGSTEDT CRIA IMPACTO VISUAL. QUANDO HÁ O REMATE, ESTÁ EM FORA DE JOGO E NA TRAJETÓRIA DA BOLA” ITURRALDE GONZÁLEZ,

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