Record (Portugal)

Juízes do Jogo

- Luciano Gonçalves Presidente da APAF

Não podia deixar passar sem referência a reportagem ‘Juízes do Jogo’, que a SportTv emitiu. Trabalho que elogio fortemente, tendo em atenção a forma profission­al como foi tratado um tema delicado no futebol português, como é a arbitragem. Com recurso à visão de um painel de cinco árbitros, bastante heterogéne­o, foi possível perceber sentimento­s, anseios, sonhos, sacrifício­s, dúvidas de quem se dedica a desempenha­r a função de árbitro. Independen­temente do género, idade, experiênci­a ou nacionalid­ade.

Acredito que quem viu a reportagem ficou a conhecer melhor um mundo que é feito de gente normal. Ouviram-se frases como “Estou nisto pelo sonho”, “O que nos faz persistir é a paixão”, “Somos pessoas como as outras, temos família, comemos as mesmas coisas”, “Uma grande penalidade mal assinalada ou um cartão vermelho que não dei pode custar-me a descida de divisão”, “Nos dias a seguir a um jogo mais mediático tenho muito cuidado quando saio à rua por causa da família”, entre outras. Quando falo na necessidad­e de humanizar o árbitro,éa isto que me refiro. No campo o árbitro é observado por muitos como um ser diabólico que erra porque quer, que só acerta quando lhe apetece e que vive num ‘bunker’ a elaborar planos de destruição, mas é exatamente o oposto. Tem família, amigos, sorri, chora, dança, etc…

Mas no futebol e no desporto em geral, há outros aspetos em que os árbitros são tratados de forma diferente. A precarieda­de e o falso profission­alismo integram uma realidade que muitos teimam em manter. Já o disse e reafirmo, assumo culpas, que estendo a todos os que integram ou influencia­m o mundo da arbitragem, incluindo o Governo, devido ao seu poder de decisão. Não há mais tempo para perder!

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