Record (Portugal)

O ADEUS A UM GRANDE

Um dos heróis de 1964 partiu. Amigos lembram impacto e classe do antigo defesa central

- FILIPE BALREIRA E VÍTOR ALMEIDA GONÇALVES

“São os heróis de ‘64, orgulho da nossa história, trabalho e sacrifício, ‘pra’ sempre na memória.” É desta maneira que a banda em tributo ao Sporting, ‘Supporting’, descreve o capítulo dourado dos leões em 1964, que terminou com a conquista da Taça das Taças. Nesse plantel, figurava um nome que partiu ontem, aos 83 anos. Falamos de Alexandre Baptista, um antigo defesa central de classe, natural do Barreiro, e grande referência do clube.

Na opinião de amigos e ex-companheir­os, como Mário Lino ou Pedro Gomes [que pode ler ao lado, nesta página], o carismátic­o ex-jogador não só marcou a história do Sporting e até da Seleção portuguesa, como também do desporto nacional. E não é caso para menos: no Sporting, o ex-defesa começou por jogar ténis de mesa em 1956/57, numa época em que ganhou o campeonato nacional de infantis e foi subindo a pulso até à equipa principal. Praticou ainda ténis, basquetebo­l e voleibol (além do golfe, após deixar o ativo), mas foi no desporto-rei que brilhou, sendo titular na caminhada triunfante na

Taça da Taças em 1964, bem como no eixo recuado dos Magriços de 1966, ajudando a Portugal a chegar ao 3.º posto do Mundial, numa prova em que foi titular em cinco dos seis duelos possíveis. Formado em Economia, Alexandre Baptista chegou a colocar a carreira em suspenso, conjugando-a com a licenciatu­ra, vários anos antes de pendurar as botas (aos 30 anos), fase em que cumpriu o serviço militar. Enquanto futebolist­a, além da conhecida Taça das Taças, venceu ainda dois campeonato­s nacionais no Sporting e outra Taça de Portugal, isto ao longo de 163 jogos oficiais de leão ao peito entre 1960 e 1971. Por sua vez, na Seleção, acumulou 11 internacio­nalizações.

FEZ PARTE DA DEFESA LEONINA NA CAMINHADA TRIUNFAL NA TAÇA DAS TAÇAS E FOI UM DOS MAGRIÇOS DO MUNDIAL DE 1966

‘Vice’ com João Rocha

Após deixar o futebol ao mais alto nível, Alexandre Baptista ainda voltou ao Sporting noutra função: foi vice-presidente da última direção de João Rocha (1984-1986), tendo sido ainda membro do Conselho Fiscal (2006-2009). Fez também parte da Comissão de Honra no centenário do Sporting e, em 2010, recebeu o ‘Prémio Stromp’ na categoria ‘Saudade’. À família enlutada Record endereça sentidas condolênci­as.

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ETERNO. Alexandre Baptista deixou marca no Sporting e na Seleção
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