Record (Portugal)

Despedir sai (muito) caro

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çRui Costa prolongou, vai fazer agora um ano, o contrato de Roger Schmidt até 2026. A decisão visava reforçar a posição de um treinador que impression­ou positivame­nte na primeira fase da época, mas o Benfica perdeu gás e terminou a Liga com o FC Porto nos calcanhare­s. O presidente benfiquist­a repetiu uma prática utilizada várias vezes por Pinto da Costa, mas corre o risco de a sua decisão poder vir a resultar demasiado arrebatada. E (excessivam­ente) cara. Schmidt passou a ser o treinador mais bem pago na história do Benfica e prescindir dos seus serviços custaria uma verba próxima dos 20M€. Os adeptos mais insatisfei­tos com o técnico alemão dirão que, grosso modo, isso foi o preço de Arthur Cabral. E que, por isso, não é razão para adiar a rotura. Não é bem assim. O nível de investimen­to nas duas últimas épocas foi mastodônti­co e o relatório e contas do último semestre registou um lucro de apenas 18M€, isto apesar de a venda de Gonçalo Ramos ter representa­do um encaixe líquido de 58,8M€. Ou seja, para que as contas não surjam a vermelho carregado no final do exercício, em junho, o Benfica terá de ter conseguir, entretanto, alienar um valor de passes de jogadores muito elevado. Também por isso, a rotura com o treinador não parece a ideia mais astuciosa, até porque há um mero ponto de atraso para a liderança da Liga (mas ao Sporting falta jogar em Famalicão) e a Taça e a Liga Europa continuam a ser conquistas possíveis. Mas isso não invalida que comecem a ser demasiado ponderosos os anticorpos que o treinador alemão granjeia, cada vez mais, junto da massa adepta benfiquist­a. Ou seja, ou Schmidt consegue inverter rapidament­e a situação ou Rui Costa, por muito que lhe desagrade o desfecho, terá de começar a preparar terreno para um rompimento o mais tranquilo e barato possíveis no final da época.

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