Precipitação é má conselheira
RUI COSTA TEM O DEVER DE SABER SE O TRABALHO DIÁRIO DE ROGER SCHMIDT É OU NÃO SUFICIENTE E CAPAZ PARA NO FUTURO O BENFICA DAR A VOLTA POR CIMA
Em tempos idos, mais concretamente no dia 7 de novembro de 2010, era Jorge Jesus o treinador do Benfica, quando também o clube encarnado perdeu por 5-0 no Estádio do Dragão. Isto, após ter vindo de uma estrondosa primeira época (2009/2010), onde a ‘nota artística’ e o ‘rolo compressor da Luz’, eram as expressões mais utilizadas para caracterizar o futebol benfiquista daquela época.
Contudo, apesar da amargura que um mau resultado sempre traz a qualquer líder de um clube com a dimensão e ambição do Benfica, Luís Filipe Vieira, presidente de então, consciente do trabalho em curso e da análise que fazia do trabalho do seu treinador durante a semana, da valorização de ativos que então se começava a desenhar como algo cíclico no dia-a-dia da SAD e que veio a tornar-se ful- cral na estratégia de crescimento do clube, não se precipitou em nenhuma decisão e manteve-se coerente com a avaliação que ele próprio fazia do trabalho de JJ, manten- do-o no cargo.
Com essa decisão, corroborada numa outra equivalente e não menos difícil após a derrota para o Vitória de Guimarães na final do Jamor de dia 26 de maio de 2013 (até porque aqui dispensaria qualquer indemnização), veio a glória total nas épocas seguintes, fazendo de Jorge Jesus o treinador encarnado com mais jogos disputados e títulos alcançados em toda a história do futebol profissional do clube até ao dia de hoje, como bem foi recordado na passada semana no dia do 120º aniversário da agremiação benfiquista.
Assim, e ainda que logo à data tenha escrito que via a renovação do contrato de Ro- ger Schmidt como uma preci- pitação, ao dia de hoje, no rescaldo da pesada derrota do Benfica no passado fim de se- mana, aquilo que Rui
Costa mais terá de saber avaliar, é se o trabalho diário de Roger Schmidt e a sua gestão do balneário, poderá levar o Benfica de volta ao Olimpo.
Não acompanho o trabalho diário intramuros para poder antecipar se o treinador alemão tem ou não a capacidade para dar a volta ao acontecimento. Isso caberá a Rui Costa. Só ele poderá decidir depois de auscultar a opinião de Lourenço Coelho, Rui Pedro Braz, Luisão e dos capitães de equipa.
Contudo, aquilo que me parece óbvio é que, no restante da presente época o resultado (desportivo e financeiro) será a única coisa que ainda se poderá salvar, na medida em que a qualidade do futebol dificilmente poderá ser resgatada, pelo conjunto de equívocos com que a presente época foi iniciada, fruto de um plantel construído em critérios e fórmulas aparentemente diferentes da anterior e que levou a desequilíbrios enormes.
Rui Costa sabe com toda a certeza muito mais de futebol do que sabia Luis Filipe Vieira em 2010 e até mesmo em 2013, mas é agora, nestas provações, que terá de mostrar à massa adepta benfiquista que também saberá tomar as decisões políticas e de gestão certas… Algo que só o futuro nos irá elucidar, na medida em que “prognósticos só depois dos jogos”!
É NESTAS PROVAÇÕES QUE RUI COSTA TERÁ DE TOMAR AS DECISÕES POLÍTICAS E DE GESTÃO CERTAS