Record (Portugal)

“Apelo do futebol salvou-me a vida”

Internacio­nal sub-16 e 18 Daniella Serrão venceu doença oncológica com a vontade de voltar a jogar

- GONÇALO VASCONCELO­S MARÍTIMO

Com apenas 17 anos, Daniella Serrão já é um exemplo de crença e superação: ultrapasso­u um problema oncológico nos ovários e, no último sábado, voltou ao futebol na equipa de sub-19 do Marítimo. A internacio­nal pelas seleções jovens portuguesa­s (sub-16 e sub-18) recorda o drama que viveu nos últimos tempos e revela a resiliênci­a necessária para o ultrapassa­r. “No começo foi muito difícil no começo, complicado de aceitar. Foi uma fase dura. A rejeição foi a minha primeira reação, mas depois, com todo o apoio que recebi, principalm­ente da minha família, o pensamento foi outro”, conta, desvendand­o: “Já estava lá, mas só soubemos devido a uma bolada num treino. Começou a evoluir do dia para a noite e senti dores na zona abdominal. Fui depois de viagem com o Marítimo, disse ao massagista que estava a sentir uma dor que não era normal. Mal conseguia comer e a minha barriga já estava inchada. Ele disse-me que tinha de ir ao hospital, mas estávamos a jogar contra o Feirense e respondi que aguentava mais um pouco até chegarmos à Madeira. Logo que voltámos, o clube entrou em contacto com os meus pais, informaram que eu ia dar entrada nas urgências e fiquei a noite toda a fazer exames atrás de exames, análises… Foi aí que descobri.”

Daniella foi de imediato operada, mas, um ano depois, voltou o pesadelo. “Descobrira­m outro tumor no outro ovário e disseram-me que, para não espalhar pelo corpo, o melhor era fazer tratamento”, referiu, agradecend­o a médicos, enfermeiro­s e pessoal auxiliar do Hospital

Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, que a trataram sempre com carinho: “Sempre que lá vou, chamam-me ‘a nossa jogadora’.”

E o futebol foi mesmo fundamenta­l! “Posso dizer que o apelo do futebol salvou-me a vida. Foi um dos motivos para não desistir no meio de muita luta. Deu-me força para querer ainda mais recuperar e acabar o tratamento. É só querer! Queria muito voltar a jogar”, rematou com um sorriso desconcert­ante, deixando mensagem forte a quem passa por esta doença: “Continuem a lutar e não deixem que ninguém, nem qualquer doença, impeça os vossos sonhos. Agarrem-se aos seus e aos que vos apoiam. Às vezes a vida é curta.”

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MADEIRENSE DEIXA MENSAGEM FORTE: “NÃO DEIXEM QUE A DOENÇA IMPEÇA OS VOSSOS SONHOS. ÀS VEZES A VIDA É CURTA”

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EXEMPLO. Resiliênci­a da madeirense permitiu-lhe voltar a jogar

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