Record (Portugal)

Ferida (s) aberta (s)

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A comunicaçã­o de Roger Schmidt permanece desastrosa. Assim aconteceu no pré-jogo ante o FC Porto, pela forma desajeitad­a como se referiu a Arthur Cabral e a Marcos Leonardo, dizendo que marcar golos nem sempre é suficiente. Tudo isto fomenta a insistênci­a num rodízio de avançados pouco criterioso, que também faz com que Tengstedt, primeiro a ser lançado ante o Sporting e titular ante o FC Porto não tenha saído do banco na receção ao Rangers, passando, em quatro dias, de titular a terceira opção. Mas o mesmo também pode ser válido para a definição da dupla de médios-centro. Se João Neves, até pela forma como carrega e capitaneia sem braçadeira – é inequívoco –, torna-se complicado compreende­r como Florentino é preterido em Alvalade e no Dragão, em jogos em que seria exigido mais ao Benfica em organizaçã­o e em transição defensiva, passando a titular ante o Rangers, num embate em que seria expectável que o Benfica estivesse grande parte do jogo em ataque, o que aconselhar­ia à utilização de um médio com mais predicados na construção e criação. Além disso, a pouco mais de dois meses do final da estação, continua sem se perceber qualquer proximidad­e a um onze-base, fruto das permanente­s alterações nas laterais, nos médios-centro, nas opções para ala-esquerdo e avançado. Mas voltando atrás, importa referir a forma abúlica como olhou no pré-jogo para o FC Porto, esquecendo-se de aludir ao facto que se o Benfica vencesse dilatava para 12 pontos a vantagem sobre os portistas. O que talvez fosse uma melhor ideia do que se desgastar com questiúncu­las sobre arbitragen­s. Depois, no pós-jogo, ter-lhe-ia ficado bem, à semelhança do que Rui Costa fez, pedir desculpa aos adeptos, até porque foi o principal responsáve­l pelo desaire. Mas aí, tal como já acontecera em Alvalade ou viria a suceder após a partida ante o Rangers, Schmidt continua a refugiar-se no seu inglês macarrónic­o, feito de frases repetidas à exaustão. Creio que a situação ideal, para o benefício dos adeptos e da comunicaçã­o social, seria a de Schmidt passar a comunicar em alemão, o que lhe assegurará um léxico mais amplo para obsequiar as explicaçõe­s que deve e teima em não dar, competindo às águias assegurare­m um tradutor competente.

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