“Pietra foi cidadão acima da média”
Treinador chamou antigo defesa para ser adjunto quando chegou ao Benfica
Manuel José ainda não conseguiu refazer-se do choque quando, ontem de manhã, soube do falecimento de Minervino Pietra, na quinta-feira. “Esta foi a primeira notícia que tive logo de manhã. Fiquei muito triste, foi um baque”, afirmou o algarvio, percetivelmente destroçado, quando falou a Record, com a voz embargada. “Vai demorar a passar”, acrescentou.
O treinador não esquece que Pietra era “um amigo de longa data, um polivalente como jogador, internacional várias vezes”. A relação cimentou-se quando o antigo lateral foi adjunto de Manuel José no Benfica. “Fui eu que o escolhi. Toni era o diretor-desportivo, falámos e concordou com a escolha”, recordou o técnico, de 77 anos, que foi contratado no início de 1997 para suceder a Paulo Autuori ao comando do plantel. Manuel José explica que a escolha de Pietra, que faleceu ao 70 anos, vítima de doença prolongada, se deveu precisamente ao conhecimento que tinha do Benfica. “Tínhamos uma relação próxima de amizade. Não falávamos muitos vezes, mas fui acompanhando o seu estado de saúde. Pietra era um cidadão acima da média”, afirma. “Queria dizer muito mais, mas tenho dificuldades em falar”, acentua, ainda, Manuel José, fazendo questão de enviar “um abraço de solidariedade a toda a família”. “Este início de ano tem sido marcado pelo falecimento de várias personalidades. Ainda recentemente foi Artur Jorge, agora foi Pietra. Era um homem bom”, reforça. Como jogador, Pietra trocou o Belenenses pelo Benfica em 1976, conquistando 4 campeonatos, 5 Taças de Portugal e 2 Supertaças ao serviço das águias. Representou a Seleção A em 26 ocasiões, marcando um golo. Começou como adjunto no Boavista, voltou ao Belenenses e depois foi técnico principal de Alverca, Juventude de Évora, Estoril e Barreirense. Mas voltou a ser no Benfica que Pietra tornaria a servir de forma duradoura, quer como técnico-adjunto, quer como observador, até 2022.
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