NO FILME DE JOTA O POSTE QUIS FAMA
Vitória dominou muito mas só marcou um e, já nos descontos, o empate acabou a bater no ferro
Por certo que o caro leitor já assistiu a um daqueles filmes que, chegado à reta final, muda por completo o rumo dos acontecimentos. É o chamado ‘plot twist’, que só não aconteceu ontem em Guimarães porque, aos 90’+7, o poste de baliza de Charles preferiu chamar a si os holofotes da fama e não os do Fama...licão e a bola que saiu da
cabeça de Cádiz bateu lá e voltou para trás, impedindo que o lance terminasse no golo do empate. Em abono da verdade, não seria um final justo para o filme de um dérbi minhoto em que quase só deu Vitória. Só que a justiça, no futebol, são as bolas que batem no fundo das redes e, quando se domina muito e se marca só um golo, fica-se à mercê do destino. Desta vez, a sorte protegeu os audazes. Comentado o final, puxemos a cassete atrás: Vitória e Famalicão apresentaram-se no Castelo em sistemas táticos iguais, mas com a diferença de que o dos da casa está bem mais oleado. Por isso, a toada foi única nos primeiros 45 minutos. Bom futebol, oportunidades e um protagonista habitual a roubar a cena. Jota Silva, pois claro, abriu a contagem já depois de Luiz Júnior ter evitado dois golos com belas intervenções. Após o intervalo, as forças ficaram mais equilibradas. João Mendes começou por falhar de baliza aberta, Borevkovic cortou um golo certo a Cádiz e, já nos descontos, Butzke desperdiçou um penálti. O ‘suspense’ prolongou-se até aos 90’+7, altura em que Cádiz saltou mais alto e cabeceou ao poste. Não passou de um susto para o Vitória, que saiu da sala a sorrir e a três pontos do... quarto.
*