Record (Portugal)

Visão estratégic­a para o desporto em Portugal

O PAÍS NÃO PODE FICAR BLOQUEADO POR MOMENTOS POLÍTICOS COMO AS ELEIÇÕES, PELO QUE O FAMIGERADO PACTO DE REGIME DEVIA SER ASSUMIDO DE UMA VEZ POR TODAS

- Daniel Sá Diretor Executivo do IPAM

Tivemos este domingo novas eleições que deixam novamente Portugal numa situação política frágil e com inúmeras incertezas para os próximos meses e talvez anos. O país não pode ficar bloqueado por estes momentos políticos pelo que o famigerado pacto de regime devia ser assumido de uma vez por todas.

As grandes decisões estruturai­s sobre o país têm efetivamen­te que ser acordadas entre os principais intervenie­ntes políticos e passar ao lado da instabilid­ade eleitoral. Te- mas como saúde, justiça, educação e também o desporto, deviam ter planos de longo prazo e uma visão estratégic­a do seu contributo para o país. No caso do desporto esta ausência de visão e longo prazo tem sido gritante, sendo normalment­e o papel do estado uma torneira que vai despejando cada vez menos dinheiro de uma forma tática e meramente operaciona­l. O papel do desporto num país deve tocar aspetos como a saúde e bem-estar da sua população, bem como a promoção da competição em termos económicos. O desporto é uma indústria muito importante em Portugal. Se consultarm­os dados do Instituto Nacional de Estatístic­a relativo ao ano de 2021 podemos encontrar informação que ilustra a importânci­a deste sector. A balança comercial de bens desportivo­s registou um saldo positivo de 205,6 milhões de euros (91,7 milhões de euros em 2020). Em 2021, o emprego desportivo foi estimado em 37 mil pessoas (0,8% da população empregada), menos 3,7% do que em 2020.

Em 2020, contavam-se 13.754 empresas no sector desportivo (mais 1% do que em 2019), que geraram 1,7 mil milhões de euros de volume de negócios (-17,6%) e um valor acrescenta­do bruto (VAB) de 593,9 milhões de euros (-31,1%). Em 2020, estavam inscritos nas federações desportiva­s 587,8 mil praticante­s (menos 14,7% do que no ano anterior), dos quais 72,1% eram homens.

Numa outra perspetiva verificamo­s que 11.066 era o número de clubes existentes em Portugal, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatístic­a em 2022. Quando olhamos para a comparação dos últimos 5 anos verificamo­s que se trata de um número consistent­e já que a variação é mínima desde 2017.

Por tudo isto, seria bom que

Portugal, enquanto país, tivesse em conta esta indústria e definisse objetivos que nos permitisse­m posicionar as potenciali­dades do futebol, surf, golfe ou hipismo, a utilização dos melhores estádios, autódromos, piscinas e arenas multiusos ou a atração de grandes competiçõe­s internacio­nais. Falta definitiva­mente uma visão do desporto em Portugal e um plano para os próximos 10 anos que nos permita retirar o melhor proveito desta indústria.

FALTA UM PLANO PARA, NOS PRÓXIMOS 10 ANOS,

RETIRARMOS PROVEITO

DESTA INDÚSTRIA

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