Record (Portugal)

Comunicar versus Explicar

- JORGE FAUSTINO ex-árbitro

“As decisões do árbitro de campo em situações de intervençã­o do video-árbitro vão poder ser comunicada­s pelo próprio ao público e em direto no estádio, através da instalação sonora, e em casa, por meio da transmissã­o televisiva.” Foi assim que o Conselho de Arbitragem anunciou, em janeiro, a medida que tivemos a possibilid­ade de ver concretiza­da na 25.ª jornada da 1.ª Liga. Muitos de nós estamos tão focados naquilo que gostaríamo­s que fosse, que nem ouvimos/lemos com atenção o que realmente é dito/escrito. Isto a propósito das expetativa­s de muitos em poder ouvir uma explicação da decisão quando só está prevista a comunicaçã­o da mesma. Sobre os dois casos mais mediáticos e polémicos de intervençã­o do VAR desta jornada: no Rio Ave – Sp. Braga a decisão de anular o golo foi correta e o árbitro apenas ‘falhou’ num detalhe da comunicaçã­o: não referiu o número do jogador que interferiu com o defesa; No Benfica-Estoril a decisão de não assinalar penálti foi claramente errada, mas a explicação cumpriu os mínimos daquilo que está previsto com a referência ao jogador envolvido e à opinião/decisão do árbitro de que este não cometeu infração. A fluidez, naturalida­de e qualidade das comunicaçõ­es irão segurament­e evoluir e melhorar. É uma novidade para os árbitros e também eles precisam de treino nesta área. Tenhamos no entanto noção de que o que está previsto é ouvirmos a comunicaçã­o da decisão e não a explicação. Chegaremos à explicação detalhada, mas não é o que está previsto por agora.

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