Estrelas alinharam-se para Ramzi
A temporada de 2023 deveria ter sido sinónimo de estreia para Ramzi Boukhiam na elite do surf mundial. Mas uma lesão grave tirou o tapete ao marroquino, que se viu arredado do circuito após o corte do meio da época, sem fazer qualquer etapa. “Foi muito duro, pois parti o tornozelo depois de, finalmente, me ter qualificado para o Tour”, confessa Ramzi a Record.
Apesar de existirem dois wildcards para o ano seguinte, a World Surf League não concedeu nenhum deles a Ramzi, optando por assegurar a continuidade do 11 vezes campeão mundial Kelly Slater no Tour. “Não concordei, mas também não fiquei a chorar sobre isso. Tentei apenas estar preparado para o caso de voltar a ter uma oportunidade”, recorda. Para compensar a situação, a WSL concedeu-lhe o estatuto de suplente do circuito na presente época. Algo que lhe permitiu entrar na primeira etapa da temporada, em Pipeline. “Quando soube que tinha entrada garantida nos dois primeiros eventos do ano percebi que as estrelas se estavam a alinhar e que algo iria acontecer”, assegura-nos. Na temida onda havaiana conseguiu um 9º lugar e, pouco depois, o surfista de 30 anos ficou a saber que iria integrar o Tour a tempo inteiro, em virtude de o campeão mundial em título Filipe Toledo se ter afastado da competição. Agora, em Supertubos, e somente alguns dias após ter conseguido uma vaga olímpica durante o Mundial ISA de Porto Rico, Boukhiam já está nos quartos de final e, num ápice, viu o estatuto de suplente transformar-se numa qualificação quase certa para 2025. “Foi uma caminhada difícil, mas incrível ao mesmo tempo. Não foi fácil lidar com tudo isto, mas tentei sempre acreditar que algo de bom iria acontecer-me. A minha carreira não podia acabar daquela forma”, sublinha. Provisoriamente no 15º posto do ranking, mas com possibilidade de subir ainda muitas posições após a etapa portuguesa, Ramzi Boukhiam mostra-se “confiante” para o dia final em Supertubos, que deve acontecer no sábado.
*