Record (Portugal)

Por amor ao futebol

- Luciano Gonçalves Presidente da APAF

Num futebol português cada mais profission­alizado, onde tudo é trabalhado ao milímetro por treinadore­s, jogadores, dirigentes, empresário­s, staff, médicos, fisioterap­eutas, roupeiros, federação, liga de clubes… É inadmissív­el que seja permitido que um dos agentes envolvidos no jogo seja um falso profission­al. Lembro que sem árbitro não há jogo e é precisamen­te o árbitro o único não profission­al nesta equação. É imperioso que o falso profission­alismo tenha os dias contados.

Para o próximo Governo e Grupos Parlamenta­res fica a necessidad­e de aprovação de um projeto-lei que permita o reconhecim­ento da profissão de Árbitro/Juiz Profission­al/Voluntário. Por uma questão de elementar justiça, os árbitros devem ter uma carreira contributi­va com direitos e deveres, como acontece com qualquer outra profissão. Este será mais um passo importante para acabar com o faz-de-conta existente.

No meio de profission­ais, não podemos ter a classe dos árbitros a receber ao jogo, a ficar sem rendimento no final do mês quando estão lesionados… Árbitros que abdicam das suas profissões para se dedicarem a 100% ao futebol, mas por descerem de divisão ou terminarem a carreira (por volta dos 45 anos de idade), ficam sem saber o que fazer, colocando em risco a sua subsistênc­ia e dos seus mais diretos familiares. Por amor à arbitragem, por amor ao futebol, o preço a pagar não pode ser tão elevado.

Mas há mais. A precarieda­de e a injustiça fiscal são dois importante­s fatores que afetam de forma muito elevada a retenção dos jovens. Cedo percebem que, tal como está, não há futuro na arbitragem. É tempo para o Governo e os demais agentes do futebol atuarem com equilíbrio e justiça.

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