Record (Portugal)

CANHOTA DE CHICO LEVANTOU A TARJA

Um autogolo, bancadas em sobressalt­o... tudo para correr mal até que o craque abriu o ketchup

- CRÓNICA DE JOSÉ MIGUEL MACHADO

Tarjas roubadas, claques em protesto, bancadas divididas e um autogolo de Pepe a dar vantagem ao Vizela. Tudo estava estranho no Dragão e tudo parecia estar a correr mal ao FC Porto. Mas, para grandes males, grandes remédios e que grande foi, uma vez mais, Francisco Conceição. Não só pelo golaço que marcou e pela expulsão que sacou a Lacava, mas por tudo o que jogou e fez a equipa jogar, desequilib­rando a partir da direita e impedindo que o bloco baixo do Vizela conseguiss­e respirar. Levantem-lhe uma tarja, que ele já fez por merecer.

As ressacas europeias são, normalment­e, difíceis de curar e pior ficam quando se dá tiros nos próprios pés. Ainda na madrugada do jogo, Pepe, de forma algo surreal, empurrou para a baliza de Diogo Costa um cruzamento de Essende, colocando os minhotos em vantagem quando as equipas ainda estavam em fase de estudo. O brinde parece ter mudado a estratégia do Vizela, que montou um bloco baixo – uma espécie de 6x2x2 a defender – e deu por completo a iniciativa aos dragões, contrarian­do aquela que é a sua filosofia habitual. Apesar do controlo total e das várias aproximaçõ­es perigosas, a verdade é que a equipa portista raramente teve discernime­nto para tomar boas decisões no último terço de forma a surpreende­r a organizaçã­o defensiva adversária. Havia sufoco, sim, mas não havia massacre. Por isso, o 1-0 subsistiu até ao intervalo. Sérgio Conceição optou por não mexer na equipa durante o descanso e o tempo deu-lhe razão. Com 4 minutos de jogo na etapa complement­ar, Francisco Conceição embalou até ser travado em falta por Lacava, que viu o segundo amarelo e acabou expulso. Estava dado o mote para a aceleração decisiva rumo à reviravolt­a e ela começou no pé esquerdo de Francisco Conceição. Naquele movimento já carateríst­ico de puxar para dentro e rematar em arco, o extremo igualou o marcador e deu o mote para o que seria uma meia hora final diabólica.

Com Alan Varela sacrificad­o para dar lugar a Namaso, o FC Porto esteve quatro vezes perto do 2-1 até finalmente o conseguir. Nico e João Mário obrigaram

A 2.ª parte portista, muito graças à inspiração de Francisco Conceição e Pepê, foi avassalado­ra e até podia ter resultado em mais golos

A forma infantil como Lacava fez duas faltas para amarelo no espaço de 11 minutos destruiu por completo a estratégia minhota

Buntic a brilhar, Evanilson acertou no poste e Galeno rematou ligeiramen­te ao lado. Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura... E furou, pelo pé esquerdo de Pepê, descoberto com mestria por Namaso. Cambalhota feita, tempo para reduzir a vertigem. Ainda assim, Evanilson e Toni Martínez deram expressão ao domínio perante um Vizela em queda livre. Foi do susto ao conforto e, agora, a pressão passa para os rivais.

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Mais um jogaço de FRANCISCO CONCEIÇÃO e novamente com influência direta para o sucesso. Um golaço e muitas diabruras

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