PORTUGAL ESBARRA NA MURALHA MAGIAR
Acabou o sonho. Portugal esteve muito perto de alcançar uma inédita presença de uma modalidade coletiva de pavilhão em Jogos Olímpicos consecutivos, mas os Heróis do Mar acabaram por morrer à beira da praia. A derrota por 3 golos (27-30) com a Hungria atirou as quinas para fora de Paris’2024, ao acabar no 3º lugar do Grupo 3 do Pré-Olímpico, em Tatabánya. Foi um jogo bastante incaracterístico, com muitas oscilações das duas equipas, mas os anfitriões foram mais felizes, apurando-se a par da Noruega, que bateu (41-24) a Tunísia. Depois dos cumprimentos entre os selecionadores Paulo Pereira e Chema Rodríguez (ex-Benfica), perante um pavilhão lotado com seis mil espectadores, entre os quais cerca de 50 portugueses, a Hungria arrancou melhor, conseguindo cedo uma margem de 3 golos (8-5). Com uma envergadura física considerável, os magiares faziam circular a bola com muita inteligência, ensaiando no ataque o sete contra seis e até o sete contra cinco – quando Portugal estava em inferioridade numérica –, e a defesa portuguesa não aparecia, tendo muitas dificuldades em travar o pivô Bence Bánhidi (4 golos), gigante de 2.07 metros de altura e, por sinal, da mesma equipa de Miguel Martins, no Pick Szeged. No ataque, Portugal cumpria, com Pedro Portela a brilhar (6 golos), bem secundado por Martim Costa e Luís Frade, ambos com 5 golos. Apesar da dificuldade em entrar no ritmo da partida, sempre intensa e emocionante, o guarda-redes Diogo Rêma (5 defesas e 23% de eficácia), que ontem fez 20 anos, substituiu Gustavo Capdeville e essa troca surtiu algum efeito, assim como alguns roubos de bola que possibilitaram o contra-ataque para Portugal marcar golos fáceis e aproximar-se no marcador. Com um parcial de 4-0 a partir dos 23 minutos, os Heróis do Mar passaram para a frente (16-15) e passaram a controlar a partida,
SELEÇÃO NACIONAL ESTEVE A GANHAR POR 3 GOLOS NO INÍCIO DA 2ª PARTE, MAS DEIXOU FUGIR O PÁSSARO DA MÃO
após alguma desorientação da Hungria, que ainda empatou antes do intervalo (16-16). Veio a segunda parte e Portugal aproveitou o ascendente que vinha imprimindo, passando a tomar conta do marcador, com uma vantagem que chegou a ser de 3 golos (21-18, aos 35’), após contra-ataque finalizado por Gilberto Duarte. Seguiu-se um período em que os húngaros sofreram duas baixas por lesão, Bánhidi e Ancsin, mas Portugal baixou, no entanto, a eficácia atacante, permitindo o empate (22-22, aos 45’), numa altura em que Kiko Costa também se lesionou, mas voltaria a regressar. Em jogo de parada e resposta, com muito equilíbrio, a Hungria, com o guarda-redes László Bartucz (12 defesas e 40% de eficácia) em grande plano, passou para a frente (26-25, aos 54’) e não mais cedeu a dianteira. A Portugal servia o empate, mas perdeu a oportunidade.
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