Record (Portugal)

Simulações e câmaras de baliza

- JORGE FAUSTINO ex-árbitro

Hoje debruço-me sobre dois lances do Casa Pia-Benfica que me fazem refletir sobre duas questões que considero importante serem melhoradas no nosso futebol. Aos 45’, Di María caiu na área do Casa Pia num lance em que claramente procurou promover contacto com o defesa para ganhar um penálti. Não é o jogador que está aqui em causa, apesar de ser dos que mais situações destas provoca, mas sim a recorrênci­a deste tipo de lances nos jogos das nossas ligas. Raro é o jogo em que não existem simulações mais ou menos descaradas. A maior parte das vezes o árbitro percebe que é ‘apenas’ fita e, não marcando penálti mas também não punindo a simulação, manda seguir. Mal! Enquanto os árbitros não decidirem que é necessário voltar a punir severament­e as simulações (mesmo que corram o risco de ser injustos em algumas quedas que não são simulação), vamos continuar a ter um futebol em que os jogadores sentem que podem impunement­e tentar enganar os árbitros e o futebol. Está nas mãos da arbitragem. No mesmo jogo ficou no ar a dúvida se Aursnes agarrou a bola para lá da linha de baliza ou se esta ainda estava sobre essa linha, o que implicaria o assinalar de um penálti contra o Benfica. Podemos discutir o que quisermos sobre o lance, mas apenas uma câmara alinhada com a linha de baliza poderia esclarecer. Duas câmaras, das mais simples, alinhadas com as linhas de baliza poderiam esclarecer este tipo de lances bem como situações de ‘golo / não golo’. É assim tão caro a Liga resolver uma questão tão crucial para o jogo?

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