“Houve vidas em perigo”
Mário Branco, diretor do Fenerbahçe, conta o que sentiu aquando do ataque dos adeptos
Mário Branco, diretor desportivo do Fenerbahçe, jamais vai esquecer a batalha campal que ocorreu após o triunfo (3-2) sobre o Trabzonspor respeitante à 30.ª jornada da Superliga. “Houve vidas em perigo”, afirma o luso de 48 anos a Record. Aterrorizado pelo ataque de que foi alvo por parte dos fãs no Trabzonspor em pleno relvado, o Fenerbahçe ameaça retirar-se da Superliga [ver peça a lado].
Já há 12 adeptos detidos, podendo os jogadores que ripostaram... ser duramente castigados. O Fenerbahçe festejava a vitória no centro do relvado quando ocorreu a invasão. Rapidamente se gerou o caos com agressões mútuas. Müldür só por pouco escapou a uma paulada, houve empurrões e socos de parte a parte. Fred envolveu-se numa luta corpo a corpo, tal como Batshuayi, Osayi e Oosterwold. A situação serenou após a chegada das forças da autoridade. “As acusações aos meus jogadores [n.d.r.: recurso à violência para travar o ímpeto dos agressores] são completamente infundadas, pois foi incrível aquilo a que assistimos. Pessoas com facas, paus e espigões de bandeirolas de canto a ameaçar os nossos jogadores, os quais agiram em legítima defesa”, conta Mário Branco. A atitude tem merecido a condenação geral. “Isto não é aceitável”, refere a federação turca. “O desporto é cavalheirismo, aquilo não pode acontecer”, frisa Ali Yerlikaya, o ministro do Interior. “A violência a que assistimos é inaceitável, não tem lugar na sociedade”, assinala Gianni Infantino, presidente da FIFA. Agora há que aguardar pelas punições. Aos adeptos, ao Trabzonspor e... aos jogadores do Fenerbahçe. Se não imperar o argumento da legítima defesa, os que ripostaram com violência poderão apanhar 5 a 10 jogos de castigo. Por enquanto, a comitiva do Fenerbahçe... foi recebida festivamente em Istambul por centenas de adeptos do clube. *