“Partida, largada, fugida...”
COMEÇOU OFICIALMENTE A CORRIDA AO CARGO DE PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE FUTEBOL
R Imagino que, aos mais novos, a frase do título pouco ou nada lhes diga, mas aqueles que ‘viveram’ a sua infância antes do reinado das consolas e videojogos, sabem que assim que tal grito era proferido a corrida estava lançada. Pois bem, com o ressurgimento de Luís Figo na semana passada e a auto-exclusão de José Couceiro no decorrer da presente semana, parece estar definitivamente lançada a corrida ao cargo de presidente da FPF.
Com o máximo respeito que terei que ter pela pessoa, não acredito que uma eventual pretensão do ainda presidente da Associação de Futebol de Lisboa, Nuno Lobo, possa realmente contar para este ‘totobola’. Percebo o seu posicionamento político e a necessidade de colocar a cabeça de fora, porque na política quem não aparece, desaparece.
Já aqui o escrevi no passado, que vejo no triunvirato José Couceiro, Pedro Proença e Tiago Craveiro, os melhores candidatos ao mais alto cargo político do futebol português. Apesar de muito distintos em termos de personalidade e formas de estar na vida, qualquer um deles poderia garantir um excelente trabalho, até porque a competência não se constrói em cima de iguais traços emocionais.
Apesar de haver várias formas de se ser competente no que se faz, já não existem duas formas de ser-se leal e honesto. Nestes parâmetros é como o tema da gravidez – Ou se é, ou não se é. Não existe ‘meia gravi- dez’, como não existe ‘meia honestidade’ ou ‘meia lealdade’.
Independentemente do sentimento de amizade que lhe presto, reconheço em José Couceiro as qualidades neces- sárias para, caso assim o desejasse, poder vir a ser um excelente presidente federativo do nosso futebol. Além das competências e ‘skills’ profissionais adquiridos como jogador, treinador, seleccionador, sindicalista, empresário, dirigen- te, José Couceiro é leal e honesto. Para mim, condições indispensáveis para alguém poder assumir um tão alto cargo num momento tão delicado do nosso futebol e da nossa sociedade em que determinados valores se perdem.
Mas se lealdade e honestidade são valores inegociáveis para assumir a presidência da FPF, obviamente que não serão os únicos. Por isso, apesar das histórias que se contam dos seus contratos, não duvido que Luís Figo seja dono de elevadas doses dos valores acima referenciados. Porém, não consigo rever na sua carreira pós-jogador a disponibilidade, o conhecimento e a capacidade de trabalho minimamente necessários para ser presidente de uma federação desportiva de tão elevada exigência como é o caso da FPF, a não ser que veja em tal cargo um ‘part-time’.
Luís Figo quer mesmo vir morar para Lisboa? Sente-se preparado e qualificado para tal função? Está disponível para trabalhar 60 a 70h por semana a troco do salário e regalias adjacentes da presidência da FPF? Ou apenas vê no cargo um mero trampolim para outros palcos internacionais? Enquanto não vir respostas objectivas, verdadeiras e assertivas a estas perguntas, não consigo incluir Luis Figo no lote do triunvirato acima referenciado.
COUCEIRO, PROENÇA E CRAVEIRO SÃO OS MELHORES CANDIDATOS PARA LIDERAR A FPF