Nasce uma estrela
O PÉ ESQUERDO DE FRANCISCO CONCEIÇÃO ESTÁ A FAZER MARAVILHAS. A SUA FORMA DE JOGAR MEDRA MATURIDADE DE JOGO PARA JOGO. JÁ NENHUM COLEGA DUVIDARÁ QUE A SUA TITULARIDADE ASSENTA NO MÉRITO
Aqui se alertou, em tempo, para os riscos que a evolução de um excelente jogador corria, por ser treinado pelo seu pai, num ambiente de alta competição. O jogador em causa estava a despontar na primeira equipa de um grande clube. Parecia que o pai não lhe dava os minutos que o seu talento merecia. Parecia que o miúdo entrava nos jogos com o excessivo peso da obrigação de brilhar para provar o seu valor, sem favores, e, algumas vezes, com a acrescida carga de tentar salvar a equipa e o progenitor de eventuais perdas de pontos.
Passados dois anos
e uma aposta pouco sólida no plantel do Ajax, Francisco Conceição voltou a trabalhar com o seu pai. Provou, está a provar, o seu excecional valor. Afinal eram infundadas as preocupações aqui plasmadas. Num desporto individual, nada obsta a que a função técnica seja desempenhada pelo pai do atleta cuja capacidade se visa desenvolver. Nos desportos coletivos é diferente. Para jogar o filho do decisor técnico, outros candidatos ao lugar terão de se sentar no banco. É uma situação ingrata para todos os envolvidos.
Apesar deste cenário, o pé es- querdo do pequeno Conceição está a fazer maravilhas.A sua forma de jogar medra maturidade de jogo para jogo. Já nenhum colega duvidará que a sua titularidade assenta no mérito.
Na última jornada da Liga,
foi o jovem craque quem desbloqueou o jogo com uma exibição empolgante.
Ainda lhe falta maior frieza
no momento de concretização em curtas distâncias. Maior confiança no remate com o pé mais fraco. Mas já não há qualquer dúvida: está a nascer mais um fenómeno futebolístico com a camisola do FC Porto. E, em breve, na Seleção Nacional.
Mais do que nos jogadores de campo,
a pressão destes jogos cada vez mais decisivos está a ser danosa para os guardiões. Trubin volta a mostrar alguma tremedeira a jogar com os pés e nas saídas dos postes. O ucraniano aparece menos mandão na sua área. Israel – o menos rodado dos três donos das balizas dos maiores clubes – cometeu um erro gravíssimo no jogo com o Boavista. Toda a equipa tremeu durante alguns minutos. A goleada gerou uma eufórica amnésia nos sportinguistas. Mas o erro está lá, gravado no subconsciente do guardião. Veremos como reage.
O caso mais estanho é o de Diogo Costa.
O guarda-redes do FC Porto e da Seleção tem feito exibições sombrias por insegurança. O ponto mais baixo, até ao momento, atingiu-o em Londres, sem capacidade para se agigantar nos maiores momentos e com um péssimo jogo com os pés. Na última partida também se pedia um pouco mais do que ficar bem na fotografia, quando a infelicidade de Pepe empurra a bola, lenta, para a baliza. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.
É MAIS UM FENÓMENO FUTEBOLÍSTICO COM A CAMISOLA DO FC PORTO. E, EM BREVE, NA SELEÇÃO