Negócios eleitorais
A pouco mais de um mês do ato eleitoral que vai ocorrer no Estádio do Dragão, no próximo dia 27 de abril, a troca de acusações entre os principais candidatos aumenta de tom.
Cada vez que questiona o poder instalado,
André Villas-Boas é recebido por salvas de metralhadora sem nunca obter as respostas que desejaria.
Pinto da Costa prometera que só se candidataria perante três premissas,
uma delas continua por resolver, a tão afamada Academia da Maia. Este processo revela em si mesmo do que esta direção atual tem vindo a ser acusada pela candidatura adversária e até pelas premissas que o Dr. Koehler ensaiou em 2020 para lançar a sua própria candidatura, que misteriosamente não se veio a concretizar.
Opacidade e falta de transparência eram as palavras que uniam
em espírito estes dois movimentos e que adjetivavam a atual direção. Ora, é precisamente neste processo da Academia da Maia que tais adjetivos voltam a ser usados.
Não entendo tamanha pressa sobre um negócio
que exigirá ao FC Porto milhões e milhões de investimento e que não é comum às duas principais candidaturas.
Não é sério o que se está a fazer.
Pinto da Costa tem a Maia como destino ideal para a construção da nova Academia. Villas-Boas defende Gaia como local a eleger para ampliar o centro de treinos do Olival.
Perante esta divergência de ideias,
mandam a prudência, a transparência e o bom senso que se aguarde a conclusão das eleições, para não amarrar uma futura direção a um negócio que não une as duas candidaturas.
Ainda para mais
quando a conclusão deste processo deverá calhar na semana das eleições, pelos calendários conhecidos do processo de hasta pública sobre os terrenos da Maia.
A própria Câmara Municipal, percebendo que está a acontecer,
deveria evitar entrar nesta disputa eleitoral, protegendo-a de riscos futuros se algo correr mal.
Já o referi por mais do que uma vez.
António Costa, estando demissionário do seu Governo, questionou o maior partido da oposição (PSD) se concordaria com o lançamento do concurso do TGV para avançar com o mesmo.
O PSD anuiu e, com o acordo entre os dois partidos
que mais provavelmente ganhariam as eleições do passado dia 10 de março, permitiu que tal concurso pudesse ser lançado.
Pinto da Costa não é dono deste clube.
Deveria respeitar mais o futuro do mesmo e mesmo que tenha de prescindir desta sua terceira promessa eleitoral para seguir com a sua candidatura, deve fazê-lo. Será assim tão difícil?