Record (Portugal)

JOGAR À SUECA SÓ COM ASES DE TRUNFO

Portugal comprovou a profundida­de do seu campo de recrutamen­to. Foco caiu na reta final

- QUALIDADE QUE RESOLVE E EMPOLGA

CRÓNICA DE ANDRÉ MONTEIRO

É incrível olhar para o lote de jogadores que Roberto Martínez teve ontem à sua disposição em Guimarães e pensar, sem suar, na quantidade de nomes de primeira linha do futebol mundial que comporiam um outro onze igualmente competitiv­o. E esta questão, a da competitiv­idade, não é de somenos importânci­a numa partida como esta, que serve acima de tudo para consolidar o grupo com um piscar de olho, aqui e ali, a possíveis adições ao núcleo duro, já a pensar no Europeu, mas sobretudo para a afirmação plena de Portugal como uma seleção com responsabi­lidades sobre a conquista de qualquer título.

Ontem, no D. Afonso Henriques, a profundida­de do campo

de recrutamen­to português - e a sua qualidade - ficou evidente, com a Seleção Nacional a ganhar claramente o ‘jogo da sueca’ como se na sua mão tivesse apenas ases de trunfo. Na verdade foi isso que se sentiu...

Nas respetivas abordagens estratégic­as, Roberto Martínez voltou a deixar a estrutura de três centrais na gaveta e avançou com um modelo de 4x3x3 mais tradiciona­l por cá, ao passo que Jon Dahl Tomasson fez de Gyökeres a sua referência ofensiva com um trio móvel em apoio. A Suécia começou personaliz­ada, mas tal foi uma espécie de raio de sol num dia de inverno lá a norte, com Portugal rapidament­e a tomar conta da partida. Aos 24 minutos, Rafael Leão abriu o marcador, confirmand­o o que já se adivinhava dado o entendimen­to que a meia esquerda de Portugal apresentav­a. Nuno Mendes, Bruno Fernandes e o avançado do Milan empreendia­m em combinaçõe­s curtas, mas sempre progressiv­as, e, aqui e ali, só alguma cerimónia excessiva no momento do remate terá feito tardar os restantes golos. A Suécia colocava alguns problemas na segunda fase de construção nacional, muito por culpa dos vários elementos que deambulava­m em torno de Palhinha, mas, saída dessa zona, a bola lá ia encontrand­o o seu caminho nos pés portuguese­s. Foi com naturalida­de que Matheus Nunes aumentou a vantagem aos 33’ e Bruno Fernandes fecharia a primeira parte, aos 45’, com o 3-0. A qualidade do rendilhado português, com elevado sentido prático, resolveu o jogo, que após o descanso se manteve interessan­te, com um empate parcial a dois golos - Gyökeres lá deixou o seu nome, como estamos habituados - que penalizou sobretudo alguma queda de foco natural da equipa nos últimos 15/20 minutos. Nada que nos impeça de sonhar... e em grande!

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