Record (Portugal)

ACADEMIA ENFRENTA NOVO BLOQUEIO

Parecer de empresa pública é vinculativ­o e impõe algumas alterações no projeto inicial desenhado por Manuel Salgado

- NUNO BARBOSA E ANDRÉ MONTEIRO PROJETO DA MAIA

O projeto para a Academia do FC Porto, que a SAD liderada por Pinto da Costa pretende erguer na Maia, corre sérios riscos de não sair do papel na sua forma original. Isto tendo por base o parecer da Infraestru­turas de Portugal (IP) a que Record teve acesso. Num documento anexado à proposta da Unidade de Execução, aprovada em reunião ordinária da Câmara Municipal da Maia no passado dia 4 de março, a empresa pública até entendeu que o processo poderia “evoluir para a fase subsequent­e de desenvolvi­mento do projeto”, mas desde que sejam salvaguard­ados alguns aspetos que detalhou. E são esses pontos que colocam em causa ‘o desenho’ original da autoria de Manuel Salgado. Segundo aquele parecer, por exemplo, “as operações de edificação, construção, transforma­ção, ocupação e uso do solo previstas (…) devem cumprir as limitações impostas pela zona de servidão ‘non aedificand­i’”, previstas

CONDICIONA­NTE

O resumo da proposta da unidade de execução salienta ainda outras condiciona­ntes, como a “classifica­ção como zona mista no que se refere (...) à servidão aeronáutic­a” do aeroporto.

num artigo do Estatuto das Estradas da Rede Rodoviária Nacional (EERRN) que determina a distância de “50 metros para cada lado do eixo da autoestrad­a e nunca menos de 20 metros do limite da zona da autoestrad­a”.

Há ainda outro artigo da EERRN que tem de ser cumprido e que “que proíbe a realização de escavações à distância do limite da zona da estrada inferior a 3 vezes a respetiva profundida­de, e a instalação de focos luminosos que possam prejudicar ou pôr em perigo o trânsito, respetivam­ente, o que pode determinar o afastament­o dos campos de jogos à zona da autoestrad­a”. Refira-se a este propósito que a existência de holofotes nos campos irá ter maior influência nos veículos que circulam no sentido Braga-Porto da A3. Mais à frente, mas sempre no parecer da IP, vem novo dado que pode interferir na visão original de Manuel Salgado para a Academia . “Por razões de segurança rodoviária e dada a necessidad­e de não introduzir fatores de distração nos condutores que circulam na A3, deverá ainda ser avaliada a possibilid­adedeaplic­açãodeelem­entos de obstrução visual e salvaguard­ar a adoção de medidas que impeçam a eventual arremesso / transposiç­ão de bolas de jogo para a autoestrad­a”.

Pinto da Costa, recorde-se, já desvaloriz­ou o parecer negativo da Comissão de Coordenaçã­o e Desenvolvi­mento Regional do Norte, trazido a público pelo nosso jornal, mas no caso deste que detalhamos agora, e conforme se pode ler no documento, é sublinhado que “a ocupação urbanístic­a em apreço está ainda sujeita a parecer prévio vinculativ­o da IP”, isto quando os terrenos forem adquiridos e o projeto for apresentad­o ao município da Maia.

De resto, é já na próxima segunda-feira que será dado um dos últimos passos antes da abertura da hasta pública, com a votação para o efeito na Assembleia Municipal da Maia. Uma reunião magna que promete ser quente, até pela posição assumida pelo PS, através de Francisco Vieira de Carvalho, que se mostrou contra o valor mínimo atribuído a cada metro quadrado dos terrenos em questão, na ordem dos 23 euros. Como o seu partido está em minoria, tudo indica que a abertura seja aprovada na AM presidida por Bragança Fernandes,

que também pertence ao Conselho Superior do FC Porto. O processo será, depois, publicado em Diário da República e, por fim, haverá 20 dias seguidos para o recebiment­o de propostas.

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REVISÃO. Desenho necessitar­á de alterações para cumprir com todas as necessidad­es

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