Record (Portugal)

“SUCEDER AO GUITTA FOI O MAIOR DESAFIO DA MINHA CARREIRA”

A cumprir a primeira época em Portugal e no Sporting, o guarda-redes brasileiro de 31 anos assume que a adaptação foi difícil e diz que derrotar o Benfica já tem sabor especial. Vai estrear-se numa final four da Champions e está confiante

- ANDRÉ ANTUNES PEREIRA

Saiu do vice-campeão espanhol, o Jaén, e veio para Portugal para representa­r o Sporting. Como está a ser a experiênci­a?

HENRIQUE RAFAGNIN - É um desafio muito grande, o maior da minha carreira. Mas sinto-me bem, já passaram 8 meses e a adaptação foi a melhor possível.

Chegou para ser o sucessor do Guitta. Uma herança pesada?

HR - O Guitta fez e deixou um legado no Sporting. A história dele, por tudo o que fez, as atuações e os títulos que conquistou. Como já disse, foi o maior desafio da minha carreira até agora. Claro que no começo a adaptação é sempre difícil, mas fui-me adaptando, conseguind­o entrar no esquema tático e na ideia de jogo e as coisas têm corrido muito bem.

Nos primeiros meses foi muitas vezes alvo de críticas dos adeptos. Como lidou com elas?

HR - É algo natural no desporto quando ocorre uma mudança. O Guitta fez um trabalho muito bom e acho normal os adeptos criticarem ou questionar­em o trabalho de quem é novo, mas agora as coisas têm saído muito bem e estou muito feliz aqui.

Como é a concorrênc­ia com os outros guarda-redes, Bernardo Paçó e Gonçalo Portugal?

HR - É saudável. O Sporting tem três grandes guarda-redes e a nossa relação é muito boa. Competimos muito nos treinos e quem joga está sempre preparado.

Nos primeiros dias e semanas de trabalho, qual foi o jogador que mais o surpreende­u?

HR - Para estar Sporting tem de se estar num nível muito bom, tanto tático como técnico. Acompanhav­a alguns jogos, principalm­ente as finais, os dérbis com o Benfica e o Tomás [Paçó] foi o que mais me surpreende­u. Já o tinha visto a jogar, achava-o muito bom, mas no dia a dia surpreende­u-me positivame­nte.

O futsal português também o surpreende­u positivame­nte?

HR - Sim. E está numa fase crescente. Nos últimos anos as equipas investem muito mais e é uma grande liga, muito competitiv­a.

E vê uma grande diferença relativame­nte à liga espanhola?

HR - Talvez apenas na questão do investimen­to. Na liga espanhola ainda é um pouco maior, mas em termos de pavilhões, de adeptos, acho que está nivelado. Aqui é tão profission­al quanto em Espanha. Todos sabem que são as melhores ligas da Europa e que Portugal e Espanha têm grandes equipas.

De todos os jogadores que já defrontou cá em Portugal, qual considera ser o mais perigoso?

HR - A Liga Placard tem vários jogadores bons. Particular­mente, e como sou guarda-redes, diria o Arthur do Benfica e também o Alan [Guilherme] do Sp. Braga. São ambos muito ofensivos e estão sempre a procurar o golo.

Já conquistou a Taça da Liga e com uma vitória sobre o rival Benfica. Teve sabor especial?

HR - Foi muito importante para mim por ser o meu primeiro título em Portugal. Ainda mais sendo uma final com um dérbi que foi muito difícil. Vínhamos da derrota na Supertaça contra eles e este título foi muito importante na sequência da nossa temporada. Claro que um dérbi é sempre diferente de jogar e, quando se ganha, a alegria é ainda maior.

Na próxima semana disputa-se a final-8 da Taça de Portugal? Mais um título na mira?

HR - Eliminámos o Eléctrico e o Benfica. Agora são 3 jogos e vamos preparar-nos para estarmos na melhor forma possível.

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“JÁ TINHA VISTO O TOMÁS PAÇÓ A JOGAR, ACHAVA-O MUITO BOM, MAS SURPREENDE­U-ME POSITIVAME­NTE”

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