“SUCEDER AO GUITTA FOI O MAIOR DESAFIO DA MINHA CARREIRA”
A cumprir a primeira época em Portugal e no Sporting, o guarda-redes brasileiro de 31 anos assume que a adaptação foi difícil e diz que derrotar o Benfica já tem sabor especial. Vai estrear-se numa final four da Champions e está confiante
Saiu do vice-campeão espanhol, o Jaén, e veio para Portugal para representar o Sporting. Como está a ser a experiência?
HENRIQUE RAFAGNIN - É um desafio muito grande, o maior da minha carreira. Mas sinto-me bem, já passaram 8 meses e a adaptação foi a melhor possível.
Chegou para ser o sucessor do Guitta. Uma herança pesada?
HR - O Guitta fez e deixou um legado no Sporting. A história dele, por tudo o que fez, as atuações e os títulos que conquistou. Como já disse, foi o maior desafio da minha carreira até agora. Claro que no começo a adaptação é sempre difícil, mas fui-me adaptando, conseguindo entrar no esquema tático e na ideia de jogo e as coisas têm corrido muito bem.
Nos primeiros meses foi muitas vezes alvo de críticas dos adeptos. Como lidou com elas?
HR - É algo natural no desporto quando ocorre uma mudança. O Guitta fez um trabalho muito bom e acho normal os adeptos criticarem ou questionarem o trabalho de quem é novo, mas agora as coisas têm saído muito bem e estou muito feliz aqui.
Como é a concorrência com os outros guarda-redes, Bernardo Paçó e Gonçalo Portugal?
HR - É saudável. O Sporting tem três grandes guarda-redes e a nossa relação é muito boa. Competimos muito nos treinos e quem joga está sempre preparado.
Nos primeiros dias e semanas de trabalho, qual foi o jogador que mais o surpreendeu?
HR - Para estar Sporting tem de se estar num nível muito bom, tanto tático como técnico. Acompanhava alguns jogos, principalmente as finais, os dérbis com o Benfica e o Tomás [Paçó] foi o que mais me surpreendeu. Já o tinha visto a jogar, achava-o muito bom, mas no dia a dia surpreendeu-me positivamente.
O futsal português também o surpreendeu positivamente?
HR - Sim. E está numa fase crescente. Nos últimos anos as equipas investem muito mais e é uma grande liga, muito competitiva.
E vê uma grande diferença relativamente à liga espanhola?
HR - Talvez apenas na questão do investimento. Na liga espanhola ainda é um pouco maior, mas em termos de pavilhões, de adeptos, acho que está nivelado. Aqui é tão profissional quanto em Espanha. Todos sabem que são as melhores ligas da Europa e que Portugal e Espanha têm grandes equipas.
De todos os jogadores que já defrontou cá em Portugal, qual considera ser o mais perigoso?
HR - A Liga Placard tem vários jogadores bons. Particularmente, e como sou guarda-redes, diria o Arthur do Benfica e também o Alan [Guilherme] do Sp. Braga. São ambos muito ofensivos e estão sempre a procurar o golo.
Já conquistou a Taça da Liga e com uma vitória sobre o rival Benfica. Teve sabor especial?
HR - Foi muito importante para mim por ser o meu primeiro título em Portugal. Ainda mais sendo uma final com um dérbi que foi muito difícil. Vínhamos da derrota na Supertaça contra eles e este título foi muito importante na sequência da nossa temporada. Claro que um dérbi é sempre diferente de jogar e, quando se ganha, a alegria é ainda maior.
Na próxima semana disputa-se a final-8 da Taça de Portugal? Mais um título na mira?
HR - Eliminámos o Eléctrico e o Benfica. Agora são 3 jogos e vamos preparar-nos para estarmos na melhor forma possível.
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“JÁ TINHA VISTO O TOMÁS PAÇÓ A JOGAR, ACHAVA-O MUITO BOM, MAS SURPREENDEU-ME POSITIVAMENTE”