Record (Portugal)

Multidões de curiosos

O HOMEM QUE DISSE “FUI HOJE AO MUSEU E VI MUITA A GENTE A ADMIRAR AS TAÇAS E NINGUÉM À PROCURA DE VER SE OS CAPITAIS PRÓPRIOS ESTAVAM POSITIVOS OU NEGATIVOS” ANUNCIARÁ BREVEMENTE UMA EXPOSIÇÃO DE BALANCETES E DE VALES À CAIXA NO MUSEU DO FC PORTO

- Leonor Pinhão

Haja sossego enquanto o FC Porto não expuser no seu Museu as papeladas da gestão da SAD e do clube concitando multidões de associados curiosos às portas do Dragão. Será este o desígnio do próximo mandato do atual presidente e a sua última promessa eleitoral. O homem que ontem disse “fui hoje ao Museu e vi muita a gente a admirar as taças e ninguém à procura de ver se os capitais próprios estavam positivos ou negativos” anunciará brevemente uma exposição de balancetes e de vales à caixa no lugar, agora vazio, de onde foram roubadas as faixas das claques. O atual e futuro presidente do FC Porto expressou, naturalmen­te, a sua “solidaried­ade” às claques e ainda disse: “É um desgosto enorme ver uma coisa a que estou ligado ser roubada por vândalos meio vermelhos”. Aqui exagerou. Mal por mal, sempre se aceitará melhor ver qualquer “coisa” a que esteja “ligado” a ser rouba- da por “vândalos meio verme- lhos” do que a ser roubada, por exemplo, por vândalos meio azuis e brancos. Isso é que seria inaceitáve­l.

Segundo a plataforma Player Workload Monitoring, o médio defensivo, médio ofensivo, lateral-direito, la- teral-esquerdo e ponta-de-lança Fredrik Aursnes é o jogador com mais desafios disputados no mundo. No domingo passado, frente ao Casa Pia, fez o seu 51.º jogo nesta temporada. Se o norueguês andasse neste mundo para bater recordes certamente que não abdicaria da seleção do seu país, como fez recentemen­te. A seleção da Noruega garantir-lhe-ia pelo menos mais um jogo, o 52.º, o de ontem, face à Chéquia cujo resultado não interessa nada porque Aursnes não jogou. Prefere, agora, dedicar-se exclusivam­ente ao Benfica e, na opinião dos benfiquist­as, faz muitíssimo bem. Neste caso, os adeptos do Benfica estão carregados de razão.

A importânci­a do norueguês é enorme na equipa

em todos os lugares do campo, até nos menos tradiciona­is, o que chega a enervar a crítica. No jogo com o Casa Pia surgiu, por exemplo, uma corrente de opinião reclamando uma grande penalidade contra o Benfica por Fredrik Aurness ter jogado a bola com a mão para lá da linha de fundo, coisa que não sucedeu, mas, para o caso, tanto faz. Ficou claro através das imagens da Sport TV que Aursnes apanhou a bola com as mãos quando a bola já estava para lá da linha de fundo e claríssimo ficou que não havia motivo para penálti através de uma fotografia do lance publicada neste jornal. A fotografia é excelente, mas a sua excelência maior é o sorriso embevecido de Trubin observando o seu polivalent­e companheir­o de equipa num salto elegante recolhendo a bola com toda a legitimida­de. Queriam penálti? Francament­e, como se fosse possível um médio defensivo, médio ofensivo, lateral-direito, lateral-esquerdo, ponta-de-lança e guarda-redes da categoria de Fredrik Aursnes alguma vez prejudicar a sua equipa.

COMO SE FOSSE POSSÍVEL AURSNES ALGUMA VEZ PREJUDICAR A SUA

EQUIPA

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