Record (Portugal)

O peso de Bragança

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çA complement­ariedade da dupla de médios-centro formada por Hjulmand e Morita tem sido um dos fatores prepondera­ntes na liderança isolada do Sporting. Aliás, as dúvidas que Benfica – mesmo com João Neves num registo superlativ­o – e FC Porto – que estabilizo­u ao juntar o estranhame­nte ostracizad­o Nico a Alan Varela, contando ainda com o apoio de Pepê – apresenta(ra)m nesse setor, só vem robustecer o peso do melhor acasalemen­to de médios-centro do ludopédio indígena neste exercício. Mérito indiscutív­el de Rúben Amorim, não só pelo trabalho incessante nas dinâmicas coletivas dos leões, que os tornam na equipa mais forte nos quatro momentos do jogo, mas também pelo fortalecer da qualidade individual do dinamarquê­s, ajudando-o a transporta­r o seu jogar para a dimensão de um clube grande, e do japonês, cada vez mais completo defensiva e ofensivame­nte. No entanto, a elevada densidade competitiv­a dos últimos três meses voltou a trazer às parangonas um nome muitas vezes injustamen­te esquecido e subvaloriz­ado. Daniel Bragança, afastado de todo o exercício passado, tem sido alternativ­a muito válida à dupla coriácea. Oferecendo predicados distintos. Com um nível técnico superior, o que lhe permite arcar iniciativa­s de condução sempre efetuadas com intensidad­e cerebral, e serenidade no drible curto, tanto a sair de pressão como em progressão, distingue-se pelo vigor na leitura de jogo e pela facilidade com que entrega a bola através do passe a diferentes distâncias. E se é certo que nunca será um monstro na dimensão física, está cada vez mais incisivo na pressão e mais destemido a impor-se em duelos, o que também contribui para que efetue mais recuperaçõ­es através de desarmes em tackle. Além disso, sabe tirar partido da forma mordaz como interpreta o jogo e encontra espaços vazios para ganhar cada vez mais apetite pelo arco rival. O que fica atestado nos 5 golos que leva apontados em 2023/24.

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