Record (Portugal)

ÚLTIMO RASCUNHO DIRETO PARA O LIXO

Acabou-se a perfeição com Martínez. Sobre ontem, houve pouco de positivo a retirar

- CRÓNICA DE FILIPE ALEXANDRE DIAS

Algum dia tinha de ser e antes assim do que a doer. Roberto Martínez conheceu a primeira derrota após vencer os 11 primeiro jogos na sua era pela Seleção Nacional, mas o teste de ontem na Eslovénia – o derradeiro antes de revelar a convocatór­ia para o Europeu –, revelou-se tão desapontan­te quanto pouco proveitoso para Portugal. Ainda assim, a derrota expôs algumas feridas e abre espaço à reflexão. A primeira inquietaçã­o provocada pela derrota perante um adversário de nível inferior foi a forma pastosa como o coletivo luso se movimentou. Do onze que tinha enfrentado a Suécia, ‘sobreviveu’ Pepe e, de Diogo

Costa na baliza a Cristiano Ronaldo lá na frente, muito mudou. A equipa surgiu em 3x4x3, com mutações para 3x5x2, uma vez que Otávio, mais à direita, ora se ligava à linha mais adiantada, ora ajudava a adensar a zona intermédia. Portugal entrou bem, a invadir o meio-campo esloveno com autoridade e audácia. Com menos posse, os homens da casa estavam atrás da linha da bola e eram agressivos no corpo a corpo, tentando sair rápido para apanhar as costas portuguesa­s, na procura imediata pelos dois avançados da frente: Sesko e Sporar. A equipa de Martínez dominava, mas não finalizava sequer as suas investidas num encontro que teve muito pouco ou quase nenhum sentido prático de parte a parte durante a primeira metade.

Para incutir a velocidade que faltava, Martínez deu a primeira internacio­nalização a Francisco Conceição e apostou em António Silva. O central desapontou e aos 52’ abriu a passadeira a Sesko - valeu Diogo Costa. A Seleção conseguiu produzir mais, criou maior perigo, mas nada que chegasse. Sem os argumentos do seu opositor, a Eslovénia foi, ainda assim, um conjunto mais articulado, que procurou sempre tirar máximo proveito dos seus momentos no jogo. Em virtude disso, furou bem pela defesa portuguesa e abriu o ativo. Espicaçado, Portugal partiu para cima (Félix atirou ao poste), mas o despertar foi pouco estruturad­o e até os alas Dalot e Cancelo quebraram. E num lance que puniu toda a linha defensiva nacional, a Eslovénia completou o castigo e fez 2-0.

Isto sem Bruno Fernandes nem Bernardo Silva...

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