Hábito de vitória tem peso se dérbi for aos penáltis
O dérbi pode acabar quase à meia-noite... se for a penáltis. Depois da vitória leonina por 2-1 na 1ª mão, o desempate através da marca dos 11 metros só acontecerá se o Benfica vencer por um golo no tempo regulamentar (e mantiver essa vantagem no prolongamento), sendo que a regra dos golos fora já não existe. E estes desempates têm sorrido mais ao Sporting. Os leões venceram nas últimas 8 vezes em que tiveram de ir a penáltis, enquanto o Benfica perdeu nas últimas duas. Pode este fator ter influência? Geir Jordet especialista em psicologia no futebol, e com vários estudos acerca dos desempates por penáltis, sustenta que a questão histórica pode ter peso. “Num dos estudos que realizei, com seleções nacionais, foi possível mostrar que os jogadores de equipas que venceram os últimos desempates por penáltis têm uma maior chance de marcarem do que os elementos de equipas que perderam nos últimos”, salienta, ainda que o Benfica tenha batido o Sporting nos 2 únicos desempates que travaram. O professor na Escola Norueguesa de Ciências do Desporto confirma a tendência para vermos os maiores craques desapontarem, como indica o estudo ‘When Superstars Flop’. “As maiores estrelas convertem 60% dos penáltis nos desempates, enquanto jogadores com o mesmo nível de habilidade mas sem o mesmo estatuto marcam 90%. A diferença está nas expectativas e na pressão”, refere, negando que a equipa a bater primeiro seja beneficiada. “Era habitual pensar-se assim, mas novos estudos mostram que não acontece”, frisa. Ainda assim, a sorte continua a ter um papel de relevo. “Não é uma lotaria, mas a sorte continua a ser um fator com muito peso. Mas houve muitas inovações e as equipas encaram cada vez mais os desempates como um jogo psicológico.”
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“HOUVE MUITAS INOVAÇÕES. AS EQUIPAS ENCARAM CADA VEZ MAIS OS DESEMPATES COMO UM JOGO PSICOLÓGICO” GEIR JORDET, especialista na análise de penáltis