Record (Portugal)

DUELO NO ‘RED LINE’ ACENDE A LUZ VERDE

Mexidas de Amorim cortaram as amarras e houve vertigem no dérbi até ao último suspiro

- CRÓNICA DE VÍTOR PINTO

Um dérbi de cortar a respiração! O futebol português estava a precisar de uma 2.ª parte de alto nível como a que Benfica e Sporting proporcion­aram. Houve vertigem até ao último suspiro e, mesmo o desfecho não tendo permitido um prolongame­nto, há já outro duelo marcado para o próximo sábado: a fasquia está alta e, com o título em causa, n inguém pode dar passos atrás. O Sporting abriu a porta para o Jamor e o despique no ‘red line’ deu ainda maior gratificaç­ão no apito final. Os leões deixaram a águia sair de Alvalade com a eliminatór­ia viva e foram obrigados a sofrer durante vários períodos para não ficarem encostados às cordas.

Viu-se finalmente, em abril, um Benfica ao nível daquele que chegou a encantar a Europa nos tempos aúreos de Roger Schmidt ao leme. Os encarnados foram brutais na pressão, transfigur­aram-se nas disputas de bola e rubricaram lances de arrepiar a juba ao leão mais audaz. Entre as intervençõ­es de Franco Israel e o défice de decisão, ficou comprometi­do o objetivo de evitar a eliminação imediata.

Esforço nulo

A superiorid­ade que o Sporting exibiu na 1.ª mão teve escassa continuida­de na Luz. A tentativa de afastar o Benfica na área e manter o controlo da bola não foi coroada de sucesso e os leões acumularam erros que os deixaram expostos a dissabores. Hjulmand deu um aviso que acordou Tengstedt e Di Maria para enormes sustos. A saída de bola leonina não funcionava e a partir daí o meio-campo tinha de se desgastar enquanto Paulinho e Trincão ficavam anulados. Foi assim que Schmidt tirou Gyökeres da partida, isolando-o, tendo o sueco dado sinal de vida apenas durante os descontos. Um esforço inglório face ao nulo verificado.

Primeiro golpe

A urgência de desferir o primeiro golpe levou Rúben Amorim a não perder tempo. A inseguranç­a de Diomande, Esgaio e Nuno Santos levou-o a lançar de imediato St. Juste, Catamo e Matheus Reis. Essa ânsia de recuperar a iniciativa deu frutos com a mudança de registo que levou St. Juste a solicitar Gyökeres e este servir Hjulmand para um grande golo. O Sporting tinha condições para recuar metros atrás para ganhar contundênc­ia à frente. Amorim não estaria a contar com a igualdade de Otamendi a passe de Neres, mas Trubin decidiu ajudar ao sacudir para a frente a trivelada de Catamo, dando a Paulinho um presente. A noite de loucura materializ­ou-se no 2-2 de Rafa, agora com Bah a servir. Parece loucura, mas ainda ficaram mais dois ou três golos por marcar.

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