Record (Portugal)

GYÖKERES EM CUIDADOS INTENSIVOS

Sueco foi avisado que teria de descansar para não arriscar lesão. Respondeu com um... bis

- RICARDO GRANADA E VÍTOR ALMEIDA GONÇALVES

GESTÃO NO CLÁSSICO FOI DECISÃO MÉDICA E TÉCNICA

Os minutos que antecedera­m o clássico confirmara­m a notícia avançada por Record: Gyökeres não seria titular no Sporting, porque estava fortemente limitado por dores musculares na zona do joelho esquerdo. As imagens da transmissã­o televisiva logo após a chegada dos leões ao Dragão mostravam o sueco sentado no banco, pois claro, a ouvir música e com o olhar de quem não estaria propriamen­te satisfeito com o momento. Afinal, ao contrário do que acontecera na esmagadora maioria dos jogos da época (43 em 46), frente ao FC Porto ‘Vik’ teria de começar como suplente, uma posição tão estranha que, em tempos (com a Atalanta, em casa), foi preciso até Hjulmand mostrar-lhe onde tinha de se sentar. Sintomátic­o...

A decisão de deixar Gyökeres fora da equipa titular há muito que estava a ganhar forma e foi precipitad­a, sabe Record, depois de uma semana de trabalho muito difícil para o jogador sueco. Porquê? Porque os problemas no joelho que o condiciona­ram praticamen­te desde o início da temporada, e que obrigaram Amorim a geri-lo em situações (muito) pontuais, deram sinais claros de que poderiam derrapar para algo mais grave. O primeiro alerta, segundo as informaçõe­s recolhidas pelo nosso jornal, partiu mesmo dos médicos do Sporting. E em termos que não deixavam margem para... ceder à vontade de Gyökeres: se o ponta de lança não descansass­e no Dragão, fazendo menos minutos, arriscava-se seriamente a sofrer uma lesão de contornos mais graves, que colocaria em perigo o que falta desta época. Era preciso, portanto, adotar cuidados... intensivos, nas cargas de treino e de competição. A par destes dados, coube a Rúben Amorim reforçar a mensagem junto de Gyökeres. E as palavras do técnico no final do clássico falam por si, sobre a urgência de medidas. “O Viktor não jogou [de início] porque tem de ter alguém responsáve­l que lhe diga que qualquer dia parte-se todo”, disparou Rúben.

Entre os maiores

O panorama, como se percebe, não era animador. E a cautela para não forçar a perna esquerda continuou a ser evidente, quando Gyökeres saltou do banco ao intervalo para render Daniel Bragança. Certo é que o ‘Bicho’ lá encontrou forma de responder com... um bis em pleno Dragão e no espaço de 1 minuto! Com os 2 golos na Invicta, ‘Vik’ elevou para 40 a conta da época, um número notável (ao qual junta 15 assistênci­as).

Na verdade, neste século, apenas dois jogadores atingiram essa fasquia dos 40: Gyökeres, claro, e um ‘tal’ de... Mário Jardel, que em 2001/02 marcou por 55 (!) vezes em 42 partidas, uma marca impression­ante que lhe valeu a Bota de Ouro europeia. E que, na história do clube, só foi alcançada por figuras da grandeza de Manuel Soeiro, Jesus Correia, Yazalde ou Peyroteo - que superou a fasquia dos 40 em sete ocasiões. Com 26 golos só na Liga, Gyökeres voltou a disparar na frente da lista dos artilheiro­s, já distante do bracarense Banza (21 golos). E entrou no top 10 da Bota de Ouro europeia. Tudo isto com um joelho... em perigo de explosão.*

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