SÁBADO

O MILAGRE DA REABILITAÇ­ÃO POR FREDERICO VALSASSINA

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AVENIDA DA LIBERDADE

QUANTO CUSTA? De €525.000 a €2,2 milhões (€7.000/m2) ONDE FICA? Esquina da Avenida da Liberdade com a Rua Rosa Araújo DATA DE CONSTRUÇÃO 1904; a reabilitaç­ão começou em Abril de 2015 e ficou concluída em Julho passado. Foi totalmente vendida até meados de Outubro e as fracções começam a ser habitadas este mês TIPOLOGIA T1 a T4 dúplex em 44 apartament­os LUXO ESPECIAL O elevador de visitas é recuperado a partir do original de madeira; de uso exclusivo para as fracções mais caras. Algumas paredes das garagens são revestidas a azulejos Viúva Lamego, aproveitad­os das cozinhas

Há dois anos eram mais uns prédios decrépitos da zona nobre de Lisboa. Estavam vazios, à espera de um milagre de reabilitaç­ão. Quando o arquitecto Frederico Valsassina entrou nas pré-ruínas de 1904, na esquina da Avenida da Liberdade com a Rua Rosa Araújo, correu alguns riscos: havia andares desfeitos por derrocadas naturais e outros à beira de lhes acontecer o mesmo.

No edifício virado para a avenida, com um apartament­o por piso e pés-direitos acima dos 3,2 metros, manteve o elevador de madeira, as estruturas de gaiola, reforçou os alicerces e reduziu a dimensão das fracções. Mas não mexeu na traça original. “Reabilitar bem é mais caro do que fazer de novo. No princípio do século XX a classe alta vivia na Avenida e a média nas perpendicu­lares.

Q Os da Avenida tinham um apartament­o por piso, os da Rosa Araújo eram esquerdo/direito”, diz o arquitecto à

SÁBADO, no seu ateliê da Graça. Até nesta parte foi fiel às origens: desde Julho passado, o número 203 está como novo e tem as casas mais caras – a de topo é um T3 dúplex, de 275 metros quadrados.

A empreitada envolveu mais de 200 trabalhado­res por dia, alguns deles especializ­ados no restauro de cornijas de pedra, guardas metálicas das varandas, frisos, rodapés de época e tectos trabalhado­s. Não tendo o edifício da Liberdade garagem, os condóminos destas fracções têm acesso directo por túnel às caves dos dois prédios da Rosa Araújo (três pisos subterrâne­os com 102 lugares). As obras de construção nesta rua foram mais profundas, só ficando intactas as fachadas (técnica de “fachadismo”). “Em 2015, a Avenue comprou e reabilitou todo o quarteirão. A Avenida da Liberdade, pelas suas caracterís­ticas únicas, é uma aposta estratégic­a”, explica Aniceto Viegas, presidente da promotora imobiliári­a que detém mais dois empreendim­entos na zona.

O número 40 da mesma avenida, cujas fracções estão 100% vendidas desde o primeiro trimestre de 2017, é composto por 16 apartament­os em sete pisos. A penthouse T3, de dois milhões, tem uma vista de sonho e um luxo exclusivo: piscina no terraço.

Mais acima, quase a chegar ao Marquês de Pombal, fica a grande aposta da promotora: a antiga sede do

Diário de Notícias, vendida por 20 milhões à Avenue, que a irá converter em 32 apartament­os. O projecto megalómano está reservado para o último piso. Ali ficará uma fracção de 800 metros quadrados: metade para a casa, o restante para o terraço. O preço é para já uma incógnita, também porque o edifício se encontra em processo de licenciame­nto.

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