SÁBADO

A RAINHA VIOSINHO

“Com cimento para um

- M.A.

OS DOIS ENÓLOGOS DA ADEGA MÃE ARRANCARAM TODA A VINHA EM 2014 E PLANTARAM APENAS CASTAS BRANCAS

lado e uva para outro fez-se em 2010 a primeira vindima da Adega Mãe”, conta o enólogo Diogo Lopes, de 38 anos. O edifício desenhado pelo arquitecto Pedro Mateus começou a ser construído em 2009, terminou em 2010, mas só foi inaugurado um ano depois. Diogo pôde vindimar logo no ano zero porque quando a família Riberalves (do bacalhau Riberalves) comprou a Quinta da Archeira, onde hoje fica a Adega Mãe, já havia 30 hectares de vinha em produção, cujas uvas eram vendidas a uma cooperativ­a local. Essa vinha só durou até 2014, ano em que os dois enólogos da Adega Mãe (Diogo trabalha com Anselmo Mendes) decidiram arrancar tudo e plantar apenas castas brancas. “Experiment­ámos e apercebemo-nos de que as brancas têm uma expressão especial cá, mas plantámos só as variedades que sabíamos serem valores seguros”, explica Diogo. A dupla escolheu as castas Alvarinho, Arinto e Viosinho, que, “pela questão atlântica”, se tornou a casta-rainha da Adega Mãe. “Ela marca o nosso terroir”, diz. “Escolhemos esta casta para a zona com mais calcário. Se isto fosse um zonamento à francesa, o Viosinho seria o nosso Grand Cru.” A Adega Mãe continua a fazer tintos, como o premiado Dory, mas essas uvas vêm do outro lado da serra do Montejunto, onde o terroir está mais protegido do Atlântico.

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A Sala do Tempo guarda em ambiente controlado barricas de carvalho francês e centenas de garrafas

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